sexta-feira, dezembro 29, 2006

Afinal, "A White Christmas"

Embora há uma semana atrás a neve era tanta que o estado de Colorado inteiro foi "encerrado", incluindo o aeroporto de Denver durante dois dias, a maior parte da neve em Pueblo já tinha desaparecida antes de chegarmos. Ontem, no "4º dia de Natal", a neve veio de novo. Jeff tinha reserva para sair de Denver às 18h30, mas com a nova tempestade em vista, ninguém tinha certeza se os voos iriam sair. Ele adiou a sua saída o máximo possível sem ter uma resposta definitiva, e acabou conduzindo para lá sem saber se podia voar. O jornal hoje diz que 180 voos foram cancelados ontem, mas pensamos que ele conseguiu seguir viagem. Pelo menos ele saiu de Pueblo e chegou a Denver antes do encerramento das estradas.


Abbie e Raquel foram às compras quando a neve estava começando a cair. Será que há algum parentesco entre elas?





Não há tanta neve desta vez, mas dizem que vai durar mais tempo (até Domingo, talvez), e estará mais frio. O problema não é a quantidade de neve, mas o gelo, que torna perigoso o sair a pé ou de carro. Está prevista a descida de temperaturas até perto dos -15ºC nos próximos dias. Tirei algumas fotos como recordação da neve.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Os três dias de Natal


Como escrevi, este foi o "Ano Sem Natal", isto é, houve muito pouco nesse dia que lembrava o Natal. Suponho que a nossa "Árvore de Natal" este ano seria esta árvore em frente do hotel em Lisboa, em cores de outono que faziam contraste com os pinheiros do outro lado da rua. Faz contraste também com as árvores de Madeira, que quase não passam pela mudança de cores.

Em NY, felizmente houve vagas no voo, e pudemos continuar viagem até Denver. Já eram 23h00 quando aterrámos, e não foi possível ver bem a paisagem de neve durante as 2 hours e tal que andámos de carro até à casa de Ricardo em Pueblo, onde chegámos depois das 2h00.

Acordámos antes das 7h00 e pelas 8h30 estávamos todos reunidos em volta da "verdadeira" árvore de Natal, cercada pelos presentes. Embora já era dia 27 de Dezembro, era em tudo "tal e qual Natal". Com as festividades a serem prolongadas desta maneira, lembrei-me da tradição de alguns lugares onde havia "12 dias de Natal", que é, por acaso, precisamente o número de dias que estarei fora de casa nesta viagem.
Em baixo: Os nossos sete netos debaixo da árvore

De passo em passo...

As minhas desculpas! Esta versão foi colocada no blog em Inglês, e a versão inglesa aqui...estava com pressa no aeroporto de Lisboa...


Neste momento estamos sentados na sala de embarque do aeroporto de Lisboa, à espera do voo para Newark daqui a 30 minutos. Até aqui, tudo bem. O próximo episódio desta novela terá lugar em Newark quando tentamos seguir viagem para Denver. Como perdemos o voo de ontem na Continental, hoje estamos na lista de espera, e estou quase certo de que não somos as únicas pessoas naquela lista.

terça-feira, dezembro 26, 2006

One step at a time

We are now sitting in the Lisbon airport waiting to board our flight to Newark in about 30 minutes. So far, so good. The next instalment in this saga will be at Newark when we find out when we can actually move on to Denver. Since we missed our connection for the Continental flight to Denver yesterday, we're on the waiting list now, and I suspect we're not the only ones on that list.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

O ano sem Natal...

...ou sem um dia minimamente parecido com o Natal. Esta noite estamos num hotel em Lisboa com outros viajantes "vítimas" do mesmo mal (alguns com destino ao Brasil, alguns a Espanha, outros à França), mas todos nós enviados para um hotel com instruções para voltar ao aeroporto amanhã para embarcar nos nosso respectivos voos. A causa de toda esta confusão? O greve de zelo dos pilotos da TAP, que estão a protestar a medida do governo relativo à mudança da idade de reforma dos 60 para os 65 anos. Nem todos os voos são afectados---alguns são atrasados, outros simplesmente cancelados. Nosso foi cancelado.

As refeições no hotel, almoço e jantar, foram abundantes (buffet, come tudo que quiser), mas a escolha de bacalhau, mariscos, porco assado, e cabrito não se ajusta àquilo que nós consideramos a comida de Natal. Não estamos com fome, mas também talvez não estejamos "satisfeitos".

Mas estamos gratos por ter lugar para ficar, comida mais que suficiente, e uma cama onde dormir. Talvez, amanhã ainda tenhamos motivo semelhante de gratidão...a última palavra da funcionária da TAP foi que não consegue garantir as nossas reservas nos voos amanhã para NY e Denver.

Eu Bem Disse

O que foi que escrevi da última vez? Eis, a minha previsão virou realidade...embora um tanto distorcida. O problema surgiu no lado oposto ao esperado.


Levantámo-nos esta manhã às 3h30 para estarmos no aeroporto até às 4h30 para apanhar o avião das 6h00 para Lisboa. As primeiras palavras que lemos no ecrã de informações: "Voo cancelado". Agora, sentado na sala de embarque com o sol a levantar-se sobre as Ilhas Desertas e Abbie a tentar descansar um pouco (eu dormi umas duas horas e tal esta noite, ela, não), esperamos o voo das 10h00. Só que não conseguiremos apanhar o voo para Nova Iorque e de lá para Denver. Afinal, vamos passar o Dia de Natal num hotel de Lisboa, e apanhar o mesmo voo amanhã às 11h50. Claro, a companhia TAP teve de nos dar vouchers para táxi, refeições e hotel.

Pelo lado positivo: vamos ter a oportunidade de descansar bem antes do último pulo para o outro lado do oceano. Mas, o que disse acerca do nosso primeiro Dia de Natal nos EUA desde 1975 fica sem efeito, e nem sinal de nem um floco de neve sequer.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Onde estava a minha cabeça?!

Bem feito! O Cônsul-geral em Lisboa me avisou. Mas, teimosamente prossegui com o plano: eu fiz reservas e comprei bilhetes para voar até aos EUA no dia de Natal.

Destino: Denver
Notícias no CNN na 4ª-feira (e 5ª, e hoje): Colorado soterrado numa tempestade de neve...o aeroporto de Denver fechado...mais de 1000 voos cancelados...milhares de passageiros "presos pela neve".

Uns meses atrás, quando disse ao cônsul-geral que eu planeava uma viagem aos EUA para passarmos o primeiro Natal lá desde 1975, ele contou como ele tentou visitar a sua família em Michigan no Natal uns anos atrás. Conseguiram chegar a Chicago, mas o mau tempo e greves obrigaram-nos a passar três dias no aeroporto de O'Hare em Chicago. A sua esposa o avisou para NUNCA MAIS falar em "visitar os pais no Natal"!

Mas nós vamos. Não sei até onde vamos nesse dia, ou quanto tempo levará para chegarmos lá. Esperamos que as condições melhorem até 2ª-feira à noite quando devemos chegar. Pensei em levar comigo uma pá para a neve, só que não sei como conseguiria fazê-la passar pela segurança no embarque. Mas nem vale a pena pensar mais no assunto...não consigo encontrar uma pá dessas na Madeira. Gosto de viver na Madeira, e agora estou a lembrar-me de uma das razões por que.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Marcos no caminho

40-40-90-30-60
Não é com esses números que consegue ter acesso ao meu cofre (não tenho cofre), nem são medidas corporais (altura, peso, ou "circunferência"). Antes, representam comemorações significantes deste ano de 2006:

40 anos de pastor consagrado (Abril 1966)
40 anos de casamento (Agosto 1966)
90 anos de vida para minha mãe (Agosto 1916)
30 anos na Madeira (chegámos aqui no dia 3 de Dezembro de 1976)
60 anos na terra (eu cheguei ao mundo em 8 de Dezembro de 1946)


Eu me lembrei dos marcos que eram tão comuns aqui anos atrás. Nos meados do século XX, a estrada foi concluída que dava a volta à ilha seguindo mais ou menos a linha da costa. Em muitos lugares, a estrada foi literalmente "gravada" na face das escarpas. A Ilha da Madeira mede aproximadamente 55 km por 20 km, mas a estrada "costeira" em muitos lugares teve de fazer grandes desvios para o interior para contornar os vales profundos, e a volta acabou tendo um cumprimento de 200 km. Começando no Funchal, e indo no sentido contrário aos ponteiros de relógio, marcos na Estrada Nacional 1 (practicamente estrada nactional única, em verdade, durante anos) informaram o viajante qual a distância já percorrida, e portanto, quantos quilómetros faltavam para completar os 200 km no Funchal. Além de informar qual a estrada (E.N. 1) em que estava, os marcos mostraram os próximos sítios e a distância em décimos de quilómetro.






Kilometer 15, a leste do Funchal;
1.6 quilómetros até Santa Cruz.

Hoje, no nosso lado da ilha, estes marcos primitivos são muito raros: a antiga estrada estreita, calcetada em pedra foi alargada e alcatroada; os muros de protecção foram substituídos. Muita parte da estrada antiga desapareceu com a construção da via rápida, e as secções que ainda existem são abandonadas ou pouco utilizadas. Porventura, é nestes lugares, que se possa ainda encontrar um marco ou outro, e alguns destes por baixo da vegetação que cresce sem controlo, outro sinal do abandono destes trechos de estrada.





Também raras são as pequenas pedras que marcaram os décimos de quilometro, como aqui no Km 11,7








40-40-90-30-60: Para nós, 2006 foi cheio de marcos. Mas os marcos na estrada somente indicam onde estamos, quanta distância andámos; não dizem nada acerca de como chegámos até lá, se com excesso de velocidade, ou se houve um pneu com furo, ou se errámos no caminho e foi preciso voltar para trás para entrar novamente no rumo certo, ou se caminhámos a pé ou andámos de bicicleta. Na vida, o mais importante é COMO caminhamos de um marco até ao outro. Ao prestarmos contas a Deus no Dia de Juízo, não será o número de marcos que alcançámos, mas se chegámos lá de uma forma que agradou a Deus.

Convém realçar uma diferença importante: o marco na estrada também pode servir para nos dizer a distância até ao nosso destino, mas o calendário somente me diz que o ano de 2006 vai acabar em menos de duas semanas. Não me diz até onde vou chegar no ano de 2007 e além, ou quanto tempo me resta antes de chegar ao destino final. Cada dia representa um destino intermediário; que possamos viajar de maneira que ao fim de cada dia tenhamos agradado a Deus.

segunda-feira, novembro 27, 2006

Entre festas...

Para nós, americanos, acabámos de festejar uma das grandes festas do nosso povo: Thanksgiving (Dia de Acção de Graças). Logo em seguida vem outra: Natal. Quanto à primeira, através do consulado organizámos um jantar de Thanksgiving (nos EUA é no meio do dia, mas como não é feriado aqui e muitos trabalham, tem de ser à noite). Houve muitos e muitos anos em que nunca nos lembrámos do dia, pois eu estava a dar aulas e Abbie trabalhava na livraria que tínhamos.

Na 5ª-feira da semana passada, havia 42 pessoas presentes no jantar, que foi preparado por um restaurante num hotel. Como o chefe não é americano, não conseguiu acertar nos várious pratos e dar-lhes o sabor tipicamente americano, mas estávamos juntos com amigos e estávamos gratos na mesma. Antes de começar, até fiz uma oração de agradecimento a Deus pelas Suas bençãos.


A outra grande notícia é sobre o Natal. Como José Carlos e Marcia estarão fora, e Jackie and Jaime também---as famílias na igreja com quem costumamos passar Natal---pensámos em aproveitar uma promoção e passar a última semana de Dezembro e o Ano Novo em viagem. Mas, como vamos estar nos EUA para dois casamentos, um no último fim de semana de Janeiro e o outro na semana a seguir, decidi surpreender Abbie e arranjei bilhetes para o Dia de Natal para irmos aos EUA. Eu volto na primeira semana de Janeiro, e vou novamente no final do mês para os casamentos. Entretanto, Abbie passará o mês de Janeiro com seus pais ou com Joy e Mark em Arkansas. Eu embrulhei os bilhetes e disse que dentro iria saber onde vamos estar no Natal. Quando ela leu "Pueblo, Colorado", ela realmente entrou em choque. Vai ser o primeiro Natal que passamos nos EUA desde 1975. Na verdade, para a maior parte do dia, estaremos no ar ou em aeroportos, pois saímos às 6h00 no dia de Natal e chegamos em Denver às 22h20 do mesmo dia. Devido às 7 horas de diferença do fuso horário, o nosso dia de Natal terá 31 horas.

É claro que a perspectiva de ver filhos e netos, além dos outros familiares (os pais de Abbie, minha mãe, e alguns dos nossos irmãos e irmãs) nos enche de grande expectativa.

Justamente na altura que estava a planear esta viagem, o que implicava estarmos separados durante quase três semanas, eu tinha de ir à Lisboa para reuniões na Embaixada. Como era uma viagem rápida, e o governo não paga os €200 para o bilhete da Abbie, eu ia só. A questão era se ficava uma noite ou duas. Abbie foi preemptória: "Duas noites separados, nem pensar." Eu realmente perguntava-me a mim mesmo como ela reagiria à proposta de ficarmos separados durante três semanas, e em lados opostos do oceano. Algo estranho aconteceu: ela, a esposa dedicada que não admitia ficar mais do que uma noite sem mim, estando à uns 1000 km distante, mostrou-se muito pronta e contente em passar três semanas à distância de 7000 km de mim. Eis a lógica de mulheres: quem pode entendê-las?

Quando estávamos a discutir a possibilidade de viajar depois do Natal, cada um propunha uma restrição: Abbie disse -- "longe, não"; eu -- "para o norte, não" (isto é, nada de frio nem neve). Parece que ambos nós vacilámos nas nossas imposições.

quarta-feira, novembro 08, 2006

1 Mês e 20 Anos

1 Mês

Já faz um mês que não apareço por aqui. Até há pouco mais de uma semana, eu não tinha nenhuma folga das traduções. É a mesma história de sempre. Uma vez que começa a avalanche, não há nada a fazer senão aguentar e esperar até que passe. Justamente na altura que estava a ficar livre das traduções, houve uma semana de temporais na Madeira (chuvas e vento) e durante mais de uma semana ficámos sem telefone. Isto é, por vezes aparecia um sinal de linha, mas mal conseguia fazer o download de e-mails e antes de poder responder, já caía a linha de novo. Quando os técnicos finalmente vieram ver, era o que já sabíamos: água tinha entrado numa caixa de distribuição e conforme os ventos e a chuva, cortava o sinal. Para variar, até cheguei a ler um livro. Não era mal de todo.

Também fui a Lisboa onde fiquei uma noite, mas quando regressei passei mais duas noites a lutar com um virus qualquer. Talvez não fosse virus...o melhor remédio era descanso.

20 Anos


Marcia, como se recordarão os que seguem o blog algum tempo, começou o ano mal: foi informada que sofria de um linfoma Hodgkins. Depois de 8 meses de tratamentos quimioterapia, ela passou um mês no continente para fazer radioterapia. Os médicos dizem que não há sinais de cancro agora. Hoje ela voou para o Brasil, para passar o resto do ano com os pais. José Carlos e Susana vão no dia 18 de Dezembro, e voltam no princípio de Janeiro. Ontem celebraram 20 anos de casado, e Marcia queria um celebração na igreja, não só para comemorar o aniversário de casamento, mas também como culto de acção de graças por tudo que Deus fez por eles ao longo deste ano. Sejam 20 anos ou não---é sempre bom agradecer a Deus pelas Suas bençãos.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Duas razões (pelo menos)

Se fosse enumerar todas as razões (lê-se, desculpas) por que não tenho aparecido aqui, nunca chegaria a colocar nada no blog esta noite. Portanto, deixo só duas: 1) trabalhos de tradução que não deixam nenhum espaçozinho para recuperar o fôlego---interrompidos somente para fazer o essencial no consulado e manter os trabalhos da igreja. 2) Embora não pareça, comecei a preparar umas mudanças no "layout" desta página e falta qualquer coisa para conseguir o que pretendo. Se passar por aqui e encontrar tudo baralhado, não desistam. Mais dia, menos dia, chegaremos lá.

E isto em jeito de informação: 5ª-feira foi feriado aqui em Portugal, e eu passei a maior parte do dia na cama. Uma gripe, ou algo parecido. Não conta como razão #3, pois se tivesse me sentido bem, teria trabalhado numa tradução e não neste blog.

Informação #2: Os cultos hoje (ontem, já) foram muito abençoados. Marcia voltou do continente, onde passou um mês a fazer radioterapia. Não foi propriamente por causa do seu regresso esta tarde, mas de facto, o salão estava repleto, sem cadeiras para todos os que assistiram. Temos orado que Deus mexa connosco. Mexeu.

sábado, setembro 16, 2006

Uma Vida Bem Ordenada

(Fazer clique nas fotos para ampliar)

A cidade do Funchal passa por mais uma série de transformações. Ao longo dos últimos anos, muitas das ruas estreitas do centro foram fechadas ao trânsito e entregues aos peões. Este verão, dois quarteirões da avenida central foram tranformados em passeio pedonal. Com paciência (vou-lhes dar o benefício da dúvida), os trabalhadores sentem-se no chão; uns partem as pedras pretas e brancas em cubos; outros colocam as pedras uma por uma na base de areia nivelada; finalmente, cimento é espalhado por cima da calçada, enchendo os espaços entre as pedras, com o excedente a ser limpo depois. O resultado é a calçada típica de Portugal.

O que começou como montes de areia e pedras, com tempo forma um padrão bem ordenado. Aqui, os desenhos são lineares, mas não há limites sobre as possibilidades. Flores, navios, círculos, formas onduladas, xadrez...há um pouco de tudo. Alguém sabia de antemão como ficaria o padrão no fim, e aquele alguém informou os trabalhadores como colocar as pedras pretas e as pedras brancas para que ficassem naquele padrão. As pedras não são colocadas à toa, mas de acordo com as réguas e os moldes do padrão.

É uma luta manter os negócios da vida em ordem. Tenho um PDA, que me ajuda controlar os compromissos. Mas, 1º: preciso lembrar registar os deveres e compromissos no PDA; 2: tenho de lembrar-me de verificar no PDA se há algum compromisso. Eu costumava trazer um bloco de notas na algibeira para me ajudar lembrar estas coisas, mas, de modo geral, nunca funcionou muito bem. Agora, com o PDA, parece funcionar um pouco melhor, mas ainda tenho de me lembrar de dois passos que são a minha inteira responsabilidade. Já chega!

Logo que regressámos da viagem aos EUA, os pedidos para traduções começaram a chegar um atrás do outro. O caos está começando a ameaçar a minha agenda...tantos trabalhos, tantos prazos de entrega, tantos graus de urgência! Mas, graças a Deus, acima e além de tudo isso, há ordem no universo. Além das condições aparentemente caóticas do temporal actual, há um alvo superior, um destino final certo para esta viagem. Existe Um que sabe como pegar nas pilhas caóticas das pedras pretas e pedras brancas---as experiências da vida (boas e más)---e colocá-las uma por uma num padrão da Sua escolha.


Pode dizer-se uma coisa sobre a maneira dos portugueses construirem as calçadas: é trabalhosa! Imagine o trabalho preciso para calcetar uma área o tamanho dum campo de futebol. Claro, trazer os caminhões betoneiros e deitar uma laje de cimento com centenas de metros de área seria muito mais fácil e rápido. Mas não teria a mesma beleza, pois não? Suponho que Deus muito bem podia deitar uma "laje de cimento" na minha vida e me dispensar das lutas diárias inerentes em carregar a cruz. Mas o resultado não teria a mesma beleza. Às vezes, tenho pressa, mas é melhor deixar Deus formar o padrão divino na minha vida, uma experiência dolorosa/agradável por cada vez, alinhando-as com a Sua régua e de acordo com o Seu molde.

quinta-feira, setembro 07, 2006

Não são férias, propriamente dito

Regressámos há uma semana, e o ritmo da vida já volta a ser o que era antes. O tempo, porém, tira-nos qualquer vontade de fazer rapidamente o que for. Estamos com tempo leste, o vento quente que vem do deserto da África 500 km a leste. As temperaturas vão até 33º ou 34º, e de noite, arrefece-se muito pouco. A brisa (quando há) está quente também, e como não há ar condicionado em casa, é muito difícil dormir. A humidade elevada agrava a situação.



A primeira coisa a fazer na manhã de ontem (4ª) foi buscar José Carlos, Marcia e Susana para levá-los ao aeroporto, mas o propósito da viagem não é propriamente fazer férias. Marcia vai ao Porto para fazer os tratamentos de radioterapia que completarão o seu tratamento de Hodgkin's. Ela fez a última sessão de quimioterapia aqui no Funchal em Agosto. O mais provável é que esta vez terá de ficar uns três semanas fazendo tratamentos; José Carlos ficará o mais tempo possível antes de voltar ao trabalho aqui, talvez duas semanas; Susana tem de voltar no dia 16 para matricular-se nos cursos do próximo ano da universidade.

Como disse a última vez que escrevi, Domingo foi um dia de folga para nós. Aurélio pregou de manhã em Inglês, e à tarde em Português. Quanto à música, de manhã, três membros tocaram guitarras, e no culto à tarde, duas jovens tocaram o piano. Não tirei foto delas, mas Sara e Raquel vão tocar muitas mais vezes no futuro, se Deus quiser.

Os pais de Aurélio eram madeirenses, mas ele e o seu irmão, Orlando, nasceram em Kinshasa, Congo. Aurélio vive na Mauritania com sua esposa holandesa, Sitske, e seus dois filhos. Viveram muitos anos em Marrocos, e agora estão na Mauritania. Passaram o verão aqui, portanto ele podia pregar na nossa ausência.





Albert, Sandra e Luisa tocaram nos cultos de manhã.

domingo, setembro 03, 2006

Domingo, meu dia de folga

Sempre tive um problema em compreender o conceito de "fim-de-semana" que muita gente tem. Melhor, eu acho que o compreendo, mas nunca estive numa posição para gozá-lo da mesma forma. Domingo tem sido sempre "dia de trabalho", desde a manhã até ao fim do dia, com até quatro lições ou sermões, normalmente em duas línguas, e nos últimos anos, três.

Muitos pastores folgam na Segunda-feira, um tipo de "fim-de-semana" deslocado. Mas durante quase 20 anos, dei aulas de Inglês, e a Segunda-feira foi dia de trabalho. No consulado, também, naturalmente abrimos às Segundas, por isso, a Segunda-feira nunca foi opção como dia de folga. Amanhã, por acaso, é feriado americano, e não trabalho no consulado, mas à tarde, irei à prisão para duas horas de ministério com os reclusos. Ainda não será um dia inteiramente livre de compromissos.

Hoje, porém, é dia de folga. Quando chegámos na Quarta-feira, foi justamente com tempo de assistir ao culto de oração. Como a igreja não tinha a certeza que estaríamos presentes, os membros fizeram tudo. Também fomos informados que nós (incluindo Abbie com a música) teríamos um dia de folga este Domingo. Os vários membros da igreja vão assumir a responsabilidade do trabalho da pregação, do ensino, e da música. É mais uma fase no crescimento da igreja. Para nós, é como o filho que vê que pode nadar, ou andar sozinho de bicicleta, e sabe que os pais se sentirão orgulhosos vendo isso. E estamos. Um dia de folga faz muito bem, creio eu.

terça-feira, agosto 29, 2006

Amanhã: Casa!

Estamos em casa de Joy e Mark, e daqui a três horas saímos para o aeroporto...devemos chegar em casa amanhã por volta de 5 horas da tarde. Estas 5 semanas foram muito cheias, e logo que puder, coloco umas fotos. Tentei ontem, mas por alguma razão não foi possível enviar a primeira foto para o blog, e tive de desistir por enquanto.

Agora há novos regulamentos sobre a bagagem, e já não é a mesma coisa fazer as malas. O que vamos levar em mão daqui dos EUA, não pode seguir assim quando sairmos de Gatwick amanhã. Teremos que pôr quase toda a bagagem de mão no porão como "checked baggage" no último voo. Estar em casa novamente depois de 5 semanas...que bom! Mas vamos estar quase 24 horas em viagem entre a saída do primeiro voo e a chegada do último. Quantas vezes não vamos olhar para o relógio e pensar: Ainda não chegámos?

sexta-feira, agosto 11, 2006

Em movimento

(17 Agosto: Comecei a traduzir isso no dia 11, mas não pude acabar, porque viajámos de Arkansas para Colorado na Segunda-feira, dia 14. Por isso vai ser publicado com quase uma semana de atraso. Nem tenho tempo agora para rever o texto ver onde estão as gralhas. Vai assim, e avançamos para outro.)


Já faz mais do que duas semanas desde a última notícia nossa aqui no blog. Logo depois entrámos na última semana antes da nossa saída da Madeira no dia 27 de Julho, naturalmente um tempo muito cheio. Na véspera da nossa saída, a igreja marcou um convívio, supostamente para "despedida" da casa de Jackie e Jaime, que venderam. Ao longo dos anos, tem sido local de muitas festas e reuniões para a igreja, e daqui a pouco não estará disponível. Mas eu e Abbie desconfiámos que o motivo real era para comemorar o nosso 40º aniversário de casamento, que é amanhã, dia 12, portanto
durante a nossa estadia aqui nos EUA. A igreja queria nos supreender com uma festa, e em parte, foram bem sucedidos. Não fomos supreendidos pelo facto de haver festa, somente não sabíamos como seria.
(1)Logo fomos apresentados com um bolo típico ucrâniano com espigas de trigo para simbolizar os nossos quatro filhos. Pedro e Lidiia cantaram uma canção de benção em ucrâniano.
(2)Vários membros da igreja falaram da nossa influência nas suas vidas. Alguns eram crianças ou muito jovens quando primeiramente vieram à igreja, e agora eles têm filhos.




Houve arranjos florais, muita música e bolos especiais, e Marcia pediu que os membros falássem algo alusivo à ocasião. Muitos dos que falaram são da idade dos nossos filhos, e nos consideram como pais. Somos muito abençoados em ter uma igreja que demonstra tanto amor, e em verdade, esse amor para connosco é tão forte quanto o de qualquer família aqui na terra.



Novas experiências: Frankfurt

Pela primeira vez nas nossas viagens, a nossa rota nos levou por Frankfurt, onde ficámos uma noite. O tempo era curto, mas como era o nosso primeiro contacto com Alemanha, foi interessante. Jantámos num restaurante alemão típico (mas andámos muitos quarteirões passando por restaurantes chineses, coreanos, e italianos para chegar lá). Como o nosso voo no dia seguinte era à tarde, tivemos tempo de fazer algumas compras de manhã. De facto, fui eu que fiz compras: completei o meu jogo de harmónicas, e que melhor lugar do que Alemanha, país de origem de Hohner?


(3) A estação central de comboios em Frankfurt, com um "biergarten" instalado no passeio em frente da entrada principal.

(4) Dentro da estação, um grupo de jovens aguarda o seu comboio, fazendo um mini-acampamento no hall de entrada.


Apanhámos o comboio para o aeroporto, o que devia levar 10 minutos. Depois de 20 minutos comecei a suspeitar que estávamos no comboio errado. Há duas linhas que vão a Wiesbaden, mas uma delas desvia para o norte e não passa pelo aeroporto, e foi esta que tomámos! Foi preciso ler os cartazes rapidamente (tudo em alemão) para saber onde descer e apanhar um comboio a ir na direcção oposta, e estar seguro que passava pelo aeroporto. Em fim, passeámos uma hora pelos campos, mas teríamos apreciado melhor a paisagem se não houvesse aquela preocupação e ponto de dúvida sobre se chegaríamos a tempo de apanhar o voo para Chicago. Ainda bem que tínhamos saido mais cedo do centro do que pensámos ser necessário! Chegámos a tempo, mas em fim, o voo estava atrasado. Tivemos tempo para matar, mas ficámos sem maneira de matá-lo.

Felizmente, na véspera, quando chegámos ao aeroporto, eu tinha me informado sobre o terminal de onde o nosso voo para os EUA iria sair. No dia seguinte, como estávamos em cima da hora, sabíamos que era preciso ir directamente ao terminal C. Esta parte devia ser a mais recente, pois estava ainda em construção. Não havia quase nenhum lugar onde a gente podia se sentar. O corredor estava cheio de pessoas sentadas sobre, ou ao lado da sua bagagem. Não havia nenhumas lojas abertas nessa zona do aeroporto, somente existem alguns espaços provisórios a ocupar o corredor, onde era possível compra um souvenir ou algo para ler. Foi a única impressão negativa que registámos na nossa estadia em Frankfurt, e infelizmente, foi a última impressão. Devo dizer, porém, que não é esta a impressão mais duradoura de Frankfurt, e gostaríamos de lá ir outra vez.

Chicago, outra história

O voo para Chicago durou 9 horas, mas foi um dos melhores que alguma vez fizemos na atravessia do Atlântico. Embora o nosso voo saiu atrasado de Frankfurt, chegámos quase na hora prevista em Chicago, o que foi muito bom, porque tivemos somente uma hora e meia entre voos. Já fazia pelo menos 20 anos desde a última vez que estivemos em Chicago, mas passar por um aeroporto não é bem a mesmo coisa como estar na cidade. Neste caso, a cidade de Chicago deve estar feliz que a impressão que tivemos do aeroporto não é tida em conta contra a cidade em si.

Sendo o nosso voo um voo internacional, tivemos de passar pelo controlo da imigração, depois levantar a bagagem, passar pela alfândega, e depois re-entregar as malas para o voo a seguir. Já fizemos isto muitas vezes em Nova Iorque, por exemplo, e com um mínimo de confusão. Em Chicago, não foi assim.

A passagem pela imigração foi relativamente rápida, especialmente para nós, por sermos americanos. Depois procedemos à recolha das malas na tapete nº4, conforme às indicações que nos foram dadas. Mas as malas nesse tapete eram todas de um voo da Air India, e finalmente alguém nos informou que as nossas malas iriam sair no nº 1. Embora essa informação nunca apareceu nos monitores foi lá mesmo que apareceram.

Havia somente dois agentes a verificar as declarações para alfândega que os passageiros de todos os voos eram obrigados a apresentar. A má colocação do balcão fez com que não houve uma fila só. Os passageiros vinham do lado direito, lado esquerdo, do centro da sala de recolha de bagagem. Junto do balcão havia uma multidão de passageiros, do nosso voo, do voo da Air India, e como a demora era tão grande, outros voos ainda, que chegaram quase ao mesmo tempo. Com os aviões jumbo que agora são utilizados nos voos transatlânticos, centenas de pessoas empurravam para conseguir um lugar junto do balcão. Chegou ao ponto de um dos agentes sair do seu lugar, entrar pela massa humana dentro e mandar certos grupos de passageiros a dar uma volta e entrar na bicha, pois nós que procurámos formar uma fila, ficámos sem possibilidade nenhuma para avançar. Os agentes não podiam fazer mais do que verificar que cada família entregou uma declaração...nem sequer olharam para ver o que estava a ser declarado, e de maneira alguma podiam se dar ao luxo de mandar abrir uma mala para ver. Estavam completamente sobrecarregados, dado ao número de passageiros que chegaram quase ao mesmo tempo.

finalmente passámos, mas o tempo passava, e era preciso ir ao outro terminal para o voo. Ao sair da sala de alfândega, funcionários procuravam ajudar os passageiros em trânsito encontrar os seus voos, e ao mesmo tempo, colocar a bagagem de novo no sistema para ser colocado no avião. Esta sala, também, tinha certa ambiente de "zoo"...confusão, funcionários a gritar---foi óbvio que eles estavam com muitas dificuldades para lidar com tantos passageiros ao mesmo tempo. Não era o modelo de eficiência que esperávamos ver na América.

Conseguimos chegar ao outro terminal com poucos minutos antes da hora de embarque...mas descobrimos que o nosso foo seria atrasado uma hora. Na verdade, o atraso chegou a ser de duas horas, e assim chegámos em casa de Joy e Mark quando era quase meia noite, em vez das 21 horas previstas. O voo sobre o Atlântico tinha sido tão bom que, se tivéssemos saído de Chicago à hora prevista, sentiríamos muito bem apesar de estar em pé umas 20 horas ou mais. Mas o atraso de duas horas em Chicago foi um golpe que acabou com as nossas forças em reserva.

Mas depois de ouvir as notícias hoje sobre o plano terrorista que foi impedido no Reino Unido, e os problemas que isto está a causar aos passageiros em todos os lados, estamos gratos que não vamos voar senão no final do mês. Estou certo que há dezenas de milhares de passageiros que com muito gosto aceitavam um atraso de duas horas no seu voo, onde podia esperar num café, em troca de passar horas e horas na fila para passar a segurança, ou de ter o seu voo cancelado.

(A continuar...)

domingo, julho 23, 2006

Os Cavalos, ou seja, os Cães, também se abatem

Eu e Abbie fomos dar um passeio uma dessas tardes e na volta, perto de casa, encontrámos a nossa vizinha, D. Ester. O tempo foi passado em actualizar as informações sobre as várias pessoas na vila, e aproveitámos para lhe perguntar acerca da sua cunhada, que mora no outro lado do caminho. Uns dias antes, em casa estávamos a comentar que fazia muito tempo que não se via a D. Giselda, e naquele mesmo dia a tinha visto entrar num carro, mas com andadeira. Vi logo que havia algum problema.

Dona Ester nos informou que a sua cunhada fora mordida na barriga da perna por um dos seus cães há quase dois anos, e ainda não ficou boa. Chegou a ser operada, mas não se cicatriza. Não há febre, e ela não tem diabetes; os médicos estão sem saber o que fazer mais. Mas D. Ester logo deu uma solução: matar o cão. É o que diziam os velhos, ela explica. (Ela tem 86 anos!) Quando falei com uma das irmãs na igreja sobre o caso, antes de poder chegar ao fim da história, a irmã perguntou, "Já mataram o cão?"

Nos trinta anos que vivemos na Madeira, julgava ter ouvido todas as superstições e crenças do povo, mas aparentemente, ainda não. Todos conhecem, ou ouviram falar, de alguém que foi mordido por um cão, e nunca recuperou enquanto o cão vivia. Pessoalmente, não vejo uma conexão lógica entre abater o cão e a cura da perna da vizinha, mas até agora, mais nada valeu.

Claro, o mundo tem um problema em compreender a lógica do evangelho---um judeu é crucificado em Jerusalem há quase 2000 anos, e aquela morte faz a diferença no destino eterno de todo o ser humano, mesmo de nós que vivemos hoje. A resposta simples e curta é que a lógica de Deus não é como a nossa; a fé aceita o que não se consegue explicar, mas nem por isso, o evangelho deixa de ser verdadeiro.

Não vejo uma explicação científica pela lógica do povo em relação às mordidas de cão, no entanto, por princípio, eu acho que, de qualquer maneira, eu teria me livrado de qualquer cão que mordera a minha perna. Não sei como a perna iria reagir, mas o resto do meu corpo se sentiria muito melhor e mais descansado sem ter este tipo de cão por perto.

sexta-feira, julho 14, 2006

Contagem decrescente

Faltam duas semanas para o nosso voo para Alemanha. (Dia 27) Embora seja só uma noite enquanto esperamos apanhar o voo para Chicago na outra tarde, é nossa primeira visita à Alemanha. (Se não contar uma visita a uma igreja no Domingo de manhã em 1991, quando visitámos amigos em Salzburgo, Áustria, e atravessámos a fronteira para assistir aos cultos numa igreja evangélica no lado alemão da fronteira.)

Entretanto estamos tentando ver o melhor itinerário para o mês que estaremos nos EUA, como há duas ou três datas que são "fixas". Uma é a reunião da família de Abbie em Arkansas no primeiro fim de semana de Agosto. Outra data é 17 de Agosto, quando a minha mãe faz 90 anos. A festa em si será no Sábado, dia 19, pois, mesmo com 90 anos de tempo para preparar a data, a Mãe não conseguiu fazer os anos no Sábado, quando dava mais jeito para a festa. A minha tia, Easter, que vive em Houston, Texas, é a última das irmãs da minha mãe, e vai estar lá. Ela só tem 93 anos, e adora festas; tanto assim, que alguém terá que levá-la até Colorado (perto de 2000 km) para ela não perder a festa.

Entre as nossas preparativas foi a instalação de um sistema de rega para o jardim, que acabei hoje. Se funcionar da maneira que eu quero, vai regar automaticamente as plantas durante a nossa ausência. Um bom teste será se rega as plantas automaticamente durante as duas semanas que ainda faltam para a nossa saída. Tenho certeza que haverá muitas outras coisas a fazer antes de sairmos, em vez de regar flores.

terça-feira, julho 04, 2006

Mera Coincidência?

Ao longo dos anos, a assistência nos cultos em língua inglesa foi sempre algo incógnito. Cada Domingo, nunca sabíamos quem viria, ou quantos viriam, nem de onde. Nos últimos anos, com o aparecimento de time-share, começamos a ver os mesmos irmãos mais ou menos na mesma altura do ano, todos os anos, ou de dois em dois anos. Mas durante os primeiros 20 anos, não houve residentes de fala inglesa que frequentavam aos cultos, de maneira que a assistência era totalmente dependente dos turistas. Já recebemos visitas de todos os países da Europa, e de muitos países fora da Europa, mas a maioria, claro, vem do Reino Unido. Raramente, houve Domingo em que ninguém apareceu.

Há uns sete ou oito anos atrás, isto mudou. Começou a haver um núcleo de residentes de fala inglesa que assistiam regularmente. No auge, estes atingiram um total superior a 30 pessoas; actualmente, são umas 10 pessoas. Mas sabemos que sempre haverá alguém a assistir ao culto.

Outra cena:


O jogo do Mundial de Futebol no último Sábado ...Portugal vs. Inglaterra. Depois de acabar o tempo extra num empate, foi decidido por penâltis...e Portugal venceu Inglaterra, para entrar nos quartos-de-final, a jogar contra a França, na 4ª-feira.


Cena 1 de novo:

Culto de língua inglesa no último Domingo---
Com um total de 15 pessoas em assistência, eu e Abbie sentimo-nos fora de lugar. Éramos os únicos presentes que nunca viveram na África do Sul. Nenhum turista estava presente...nenhum Inglês. Com certeza, os turistas ingleses não estavam a esconder-se depois da derrota da tarde anterior...provavelmente não passou de uma mera coincidência.

quinta-feira, junho 29, 2006

Arte na prisão


Não sei como, mas esta semana, na reunião na prisão, começámos a falar sobre igrejas, e especialmente, a diferença entre a Igreja Ortodoxa na Ucrânia (e claro, na Rússia e nas outras variações deste ramo de cristianismo). De um lado da mesa estavam dois homens da América Latina, e do outro, dois da Ucrânia. Creio que tudo começou quando perguntei se sabiam os 10 Mandamentos. O primeiro, eles sabiam, mais ou menos. O segundo...nada. Ao explicar que o segundo mandamento proibe o fabrico de estátuas e imagens e em seguida, prostrar-se perante elas, fiz menção da diferença entre a Igreja do Ocidente (Roma) e a do Oriente (as Igrejas Ortodoxas). A Igreja Católica adoptou o uso de imagens (estátuas), enquanto as Ortodoxas proibiram as estátuas, e ficaram com as pinturas, os ícones.

Falei das nossas impressões das igrejas ortodoxas que visitámos na Ucrânia...a diferença mais notável talvez sendo que é raro encontrar um banco numa igreja ortodoxa. O povo assiste as ceremónias de pé. A arquitectura ortodoxa também é muito sui generis. Foi aí que Mishah pediu uma esferográfica e desenhou uma igreja ortodoxa típica. Outra diferença: as igrejas e capelas tendem a ser redondas ou octagonais. Nota-se isso também no desenho.

Já faz um ano desde a nossa visita. (Veja nos arquivos de Junho 2005 para fotos e descrição da viagem.) Voltaremos? Só Deus sabe. Entretanto, para aqueles que têm algum interesse no Mundial de Futebol, a Ucrânia ainda lá está. Com Portugal e o Brasil, são três equipas que merecem o pequeno apoio nosso...já que os EUA não foram tão bem sucedidos!

segunda-feira, junho 26, 2006

Explicando Melhor

Depois de ler o blog da semana passada, onde mencionei que tive de preparar a visita do embaixador dos EUA na sua visita oficial à Madeira, reparei que, ao contrário do que fiz na versão em Inglês, não indiquei no pequeno parágrafo biográfico ao lado que, desde Fevereiro 2001, sou também o Agente Consular dos EUA na Madeira. É algo como ser Cônsul Honorário, só que no caso dos EUA, é uma posição remunerada. Há semanas em que não há muito trabalho, mas de vez em quando surge um caso em que é preciso trabalhar à noite ou fim de semana.

Achei por bem falar nisso, caso alguém tivesse lido o que escrevi na semana passada e não entendeu porque eu iria ser chamado a ajudar na visita do embaixador. Aproveito para acrescentar este facto da minha posição consular no texto na coluna da margem esquerda.

domingo, junho 18, 2006

Admiro aqueles que...

escrevem no seu blog todos os dias. Ou duas ou três vezes por semana. Ou uma vez por semana, sem falhar. Neste momento, não reuno as qualificações mínimas para ser incluído nesse número dos admirados.

Nas últimas semanas, já tentei colocar uma mensagem no blog, junto com fotos, mas naquele dia, e naquela hora, a ligação internet deixou de funcionar. Agora tenho de encontrar aquelas fotos novamente e tentar publicar a mensagem outra vez.

Enquanto isso, além de estar com trabalhos de tradução sem interrupção, tive de ajudar preparar a visita à Madeira do embaixador dos EUA em Portugal, quando ele veio em visita oficial na outra semana. Foi o clímax de meses de preparação e programação da visita, que na semana antes da data programada, estava cancelada durante 24 horas. Felizmente, o cancelamento não "pegou", e a visita prosseguiu de acordo com o planeado. Ainda bem, senão teríamos de fazer todo o trabalho de preparação de novo. Por isso, houve semanas antes da visita, e os dois dias de visita aqui, que eu estava mesmo cheio de trabalho.

No feriado nacional na Quinta-feira (Corpo de Deus), dia 15, a igreja aproveitou e passou o dia na serra. Cerca de 50 pessoas foram lá deliciar-se com as nuvens, chuva miudinha, neblina, e um momento e outro de sol. Na verdade, apreciámos mais a comida e as actividades planeadas pelas irmãs Marcia e Gil-Lene do que o tempo.

Sexta-feira, eu e Abbie assistimos a um concerto de um grupo austríaco, que tocou guitarra, harpa, e cítara. Abbie estudou harpa durante um ano, e maravilhou-se com a facilidade com que a harpista produziu música lindíssima. Nada fácil, disse Abbie. Eu, que há alguns anos procuro tocar guitarra, mas sem professor, observei a jovem senhora que tocou a guitarra. Como ela tocava, parecia fácil, mas a aparência engana. E o senhor que tocou a cítara! Mas como nenhum de nós alguma vez tentou tocar uma cítara (e para dizer a verdade, nem sequer tínhamos visto alguém tocar uma), podíamos descansar e deliciar-nos com a sua música sem sofrer o tipo de frustração pessoal que sentimos ao ver as senhoras tocar instrumentos com que temos "lutado".

Mas tudo isso está no passado. Já são as primeiras horas de mais um Domingo, e aguardamos com expectativa o que o Senhor nos trará neste dia. E quanto ao blog...eu ainda tenho aspirações de conseguir fazer parte daquele grupo que admiro tanto, nem que seja por publicar uma mensagem pelo menos uma vez por semana.

quarta-feira, maio 24, 2006

Actualização: últimas notícias primeiro

Começando com as últimas notícias primeiro: já temos os bilhetes para a visita aos EUA este verão. Saimos 27 de Julho, e regressamos 30 de Agosto. Durante o tempo lá vamos ter as nossas famílias reunidas, primeiro a da Abbie, e mais tarde a minha, quando a Mãe celebrar os seus 90 anos de idade. Uns dias antes será o nosso 40º aniversário de casamento.

Nunca pagámos tão caro por bilhetes...qualquer coisa como €1220 cada. Geralmente, viajamos um mês e tal mais cedo para aproveitar a época mais baixa, mas não foi possível esta vez. No segundo lugar, penso no custo de levar o 757 até à bomba na esquina da rua e abastecer. Com gasolina super aos €1.417/litro, tive de pagar €60 para encher o tanque do meu carro. Nestes termos, o preço de €2400 para os bilhetes ainda é mais barato do que conduzir o meu Opel até aos EUA.

Só leva 10 minutos...então ?

Realmente, não leva muito tempo publicar algo no blog. De facto, 10 minutos por dia são suficientes para isso, mas o problema é que quero publicar algo de valor, que vale a pena ler, algo substancial. Isso leva mais do que 10 minutos.

Dias compridos, noites curtas...as traduções não param de chegar. Os trabalhos sobrepõem-se, e antes de acabar um já devia ter começado o próximo. Finalmente cheguei ao "último" trabalho, mas penso que outros vão chegar antes de acabá-lo.

Eu podia tirar 10 minutos por dia, como estou a fazer agora, mas tirando-os das primeiras horas do dia e não do meio ou do fim. Depois de passar horas ao computador, a mente diz, "chega!" e procura um descanso. Mesmo somente mais 10 minutos parecem ser um obstáculo insuperável. Por isso, vai um dia, vão uns dias; vai uma semana, vão algumas semanas.

Marcia completou metade da sua quimioterapia inicialmente programada. A queda do cabelo é muito evidente; talvez tenha alcançado o ponto máximo, só o tempo dirá. Agora são os efeitos secundários gastrointestinais que se fazem sentir.

Há mais notícias: nossa viagem recente até Barcelona e Sevilha, a próxima viagem aos EUA. Mas tudo isso tem de ficar por outro dia. Os meus 10 minutos se esgotaram.

sexta-feira, maio 05, 2006

Estou a escrever...é verdade!

Se julgar pelo blog, ninguém diria que estou a escrever, mas a verdade é que tenho estado a escrever, e muito! Praticamente à mesma hora fui apresentado com dois trabalhos de tradução, cada qual com cerca de 10.000 palavras, e isto além das outras coisas que têm de ser feitas. Nos últimos dias tenho escrito (traduzido) algo como 4.000 palavras por dia, e no caso do primeiro documento, é trabalho mesmo. É um contrato cheio de terminologia jurídica. A próxima semana vai ser do mesmo estilo, só que o assunto é diferente: é um relatório sobre as políticas agrícolas e subsídios aos agricultores...165 páginas, 20.000 palavras...felizmente, 1/4 é tabelas e gráficos que não preciso mexer, outro 1/4 é texto que já traduzi no ano passado, o que ainda deixa qualquer coisa como 10.000 palavras a traduzir.


Este trabalho de tradução me impediu de relatar as nossas experiências nas três semanas em que não escrevi nada. Ainda vou descrever as nossas visitas à Barcelona e Sevilha, incluindo fotos. Mas a maior notícia é que Deus estava a mexer nos corações do povo nos cultos Domingo passado. Apesar do monte de trabalho e deveres do dia-a-dia que parecem querer nos soterrar, as bençãos que esperamos do Senhor na companhia do Seu povo, na Sua casa, no Seu dia são muito mais importantes do que tudo. É para a Sua manifestação de poder e a Sua presença no nosso meio que pedimos ardentement ao Senhor.

segunda-feira, abril 10, 2006

"Em verdade, em verdade, vos digo: Lucas 18:8"

A primeira hora da nova semana de trabalho foi gasta em voltas pela cidade que me fizeram meditar sobre a fé, ou a falta dela. 1: Pagar o seguro do carro. (Era para ser pago no dia 6, e por descuido deixei passar a data...já estava a ver que ia perder mais de 25 anos de bónus com as regras da nova lei em Portugal, que não concede período de 30 dias de graça! Cheguei a tempo pois o agente não tinha devolvido o recibo ainda, graças a Deus!) 2: Ir aos correios levantar a carta do Ministério de Justiça em resposta do nosso pedido de registo da Igreja no Registo Nacional de Colectivas Religiosas, de acordo com a Lei da Liberdade Religiosa. 3: Pagar o contributo mensal para a "caixa"...o Centro de Segurança Social da Madeira.

Ítens 1 e 3 são obrigatórios. Pertencem à mesma classe de programas como os PPR's, fundos de pensões, e apólices de seguro de saúde. (Há outros com certeza.) Como cidadão consciente, desconto para a segurança social (de dois países!); como bom mordomo, procuro planear para uma eventual aposentadoria, investindo alguma coisa cada mês em fundos e planos de poupança (em dois países!); e aproveitei a oferta do Departamento do Estado dos EUA para um plano de seguro de saúde subsidiado. Alguns destes programas são facultativos, é verdade, mas quem duvida da sabedoria de fazer bom uso do dinheiro em planear para o futuro? Em fim, com todo o planeamento e programação social, será que as pessoas que vivem nas sociedades de hoje com orientação e política social realmente têm necessidade de confiar em Deus? Se acontecer algo, o governo ou a companhia de seguros virá resolver o nosso problema.

Ítem 2 (o registo da igreja) é mais um exemplo da intervenção do governo, mas a nível diferente. A queda do regime em Abril 1974 mudou a relação que existia entre a Igreja Católica e o Estado Português. Apesar de tanto falar em liberdade e igualdade, nem sempre a realidade demonstrou que era assim na prática. Só há três anos atrás veio a Lei da Liberdade Religiosa ser aprovada. "Liberdade"...? "Igualdade"...?? É verdade que não há perseguição oficial; há uma abertura maior em relação aos evangélicos em muitos lugares no país (mas não vamos dizer que é assim em todos os lugares no país). Mas entendo por quê Igrejas Baptistas em outros países (especialmento nas antigas repúblicas da URSS) recusaram registar com o governo. Por mais súbtil que seja, existe ainda a ideia de que o governo precisa "controlar, supervisionar, estar de olho em" os vários grupos religiosos.

Já em 1987, cumprimos as nossas obrigações jurídicas e registámos a nossa igreja, e a igreja foi constituida numa pessoa jurídica para que pudêssemos comprar uma propriedade. Graças a isso, hoje a igreja possui o seu próprio templo. Mas o antigo registo no Ministério de Justiça está a ser extinto, de acordo com a nova lei de "liberdade religiosa". A carta hoje nos informou que o nosso processo não está em condições de ser remetido para o novo Registo de Colectivas Religiosas. Temos 15 dias para esclarecer os pontos em que julgam não estarmos em conformidade. Ainda não estudei os pontos específicos, mas não vejo razão para não conseguirmos cumprir com o que pedem. MAS...isto não responde à pergunta por quê nós, "uma associação religiosa não-católica" somos obrigados a registar, se de facto, somos "livres e iguais".

Depois de passar a primeira hora do dia nesta volta inspiracional, a lidar com deveres perante o governo e a sociedade destinados a nos proteger e nos dar tudo que precisamos, eu começei a meditar sobre o papel que a fé em Deus tem em nossas vidas hoje. (Escrevo como membro de uma sociedade ocidental de política altamente social.) Devemos ficar admirados em ver a falta geral de fé em Deus nas pessoas em nossa volta? Há entre os evangélicos dos EUA, e não só, um movimento com muitos seguidores que ensina que nós, a igreja, podemos, e devemos transformar sociedades inteiras, isto é, ganhar o mundo para Cristo, cidade por cidade, país por país. Soa bem, mas na minha Bíblia encontro as palavras do próprio Jesus em Lucas 18:8 que me parecem ser uma forte contradição a tal ensino: "Contudo quando vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" A resposta óbvia é--"Não, não muita."

Eu escrevi que o Pastor Neilson Amorim e família vêm amanhã para passar uma semana connosco. Por quê sentimos uma atracção tão forte a esta família e ao trabalho que estão a fazer? Embora não conhecêssemos a sua história no início, mais tarde ficámos a saber que quando sentiram a chamada de Deus para deixar o Brasil e vir trabalhar em Portugal, a junta missionária não aceitou a sua candidatura. Então, em obediência a Deus e não aos homens, venderam tudo e vieram com o apoio da sua igreja (humanamente falando, insuficiente), confiando em Deus para suprir as suas necessidades. Agora, o Pastor Neilson diz que, mesmo que lhe seja oferecido o apoio da junta, não está disposto a trocar a liberdade de confiar em Deus e Suas promessas pela "segurança" oferecida num contrato feito por homens. Ecos da nossa chamada para o campo missionário, e a maneira maravilhosa em que Deus nos sustentou ao longo dos anos, e muito além das nossas expectativas. Neste momento, temos mais garantias de estabilidade financeira, do ponto de vista dos homens, do que alguma vez tivemos na vida, mas dou graças a Deus por Pastor Neilson e a sua família. Servem de exemplo e para nos recordar do tipo de fé eu nunca quero perder.

Quando Jesus vier, encontrará a fé na terra? Não, não muita, mas enquanto houver homens e mulheres como Neilson e Esther, Ele encontrará os poucos fiéis, que estão completamente entregues a Deus. Faço minhas as palavras daquela velha canção, "When the Saints Go Marchin' In"---Lord, I want to be in that number (Senhor, eu quero fazer parte daquela companhia!).

domingo, abril 09, 2006

Abril, já!?!?

...e ainda por cima, estamos no dia 9 do mês (os primeiros minutos dele, pelo menos). As notícias sobre Jackie e Marcia são essencialmente as mesmas. Marcia completou a segunda série de seis tratamentos de quimioterapia, e no último fim de semana não estava na melhor forma. Esta semana já recuperou, aparentemente, e aguarda a próxima série que começa depois da Páscoa.

Desde a última vez que escrevi, houve muito trabalho no consulado, e além disso tenho tido as mãos (e cabeça) cheias de traduções. Ainda falta um trabalho, que quero acabar até 3ª-feira, no mais tardar. É que, nesse dia chega o Pastor Neilson Amorim com a sua família. Vão ficar uma semana, e ele vai pregar cada noite, de 4ª até Domingo. Aguardamos a palavra do Senhor com grande expectativa.

Na Páscoa, o coro da igreja (não de centenas de vozes, nem dezenas...mais precisamente, somos 10!) vai cantar uma cantata "antiga" de John Peterson (de 1958!) "O Maior Amor". É sempre "nesta altura do campeonato" que Abbie fica desesperada e chega a pensar, "Desta vez não dá...não conseguiremos esta vez." Este ano, foi Sábado passado. São bem poucas as vezes que todos estão presentes para os ensaios, e quando só tem dois que cantam baixo, dois tenores, duas a cantar o contralto, e duas o soprano, além de outras duas que cantam uma e outra parte, a falta de um ou dois faz muita diferença. Tem havido muita doença, trabalho de horas extras, etc. Abbie até requisitou a colaboração do Pastor Neilson e sua esposa. Esther vai cantar contralto e o pastor vai fazer a narração. Antes, foi preciso que alguém (geralmente, eu) do coro narrasse, além de cantar. Teremos duas oportunidades de ensaiar com Neilson e Esther antes de Domingo.

Uns anos atrás, tivemos na igreja um professor do Conservatório de Música, que ensinava guitarra clássica. O ano que esteve cá, ele observou o nosso coro (outras pessoas, mas mais ou menos o mesmo número de pessoas) enquanto tentámos aprender uma cantata. (Para dificultar a situação, geralmente só eu e Abbie sabemos ler a partitura.) Daniel opinou--"É impossível cantar esta cantata com menos de 30 vozes!" (Estávamos a orar que 30 pessoas viéssem assistir ao culto!) Ele tinha razão: nós não éramos capazes, mas Deus através de nós o fez, e há quase 20 anos, todos os anos, no Natal e na Páscoa, temos cantado, e pela graça de Deus faremos outra vez este ano.

Portanto, a agenda da próxima semana está cheia, até ao dia 18, quando o Pastor e sua família saírem. No dia seguinte, eu e Abbie vamos a Barcelona, onde vou participar num workshop do consulado durante dois dias. Voltaremos à Lisboa para passar o fim de semana lá, e regressaremos à Madeira no dia 25. Quer dizer, estaremos bem lançados em direcção ao mês de Maio.

O que!? Maio já?!?

terça-feira, março 28, 2006

Festa de Aniversário



Hoje à noite fomos convidados a jantar com José Carlos e Marcia para "festejar" o dia de anos da sua filha, Susana, que fez 19 anos. De festa, no sentido usual da palavra, não houve muita. Os únicos convidados éramos nós e Emerson, um amigo e irmão brasileiro, cuja família está no Brasil, além de Rui, o namorado da Susana, naturalmente. Mas era uma festa no sentido de convívio, e Marcia preparou comida a mais. Bolo também houve. Na foto, vê-se Emerson e Rui sentados ao lado da Susana. Como a outra foto mostra, a Marcia continua bem disposta.

segunda-feira, março 27, 2006

O Tempo Que Voa

Tempus fugit...ou voa. Talvez porque não havia aviões em Roma antiga, o tempo fugia em vez de voar. Hoje, seguramente, ele voa. Mas Moisés também sentiu a brevidade da vida, como escreveu em Salmo 90, "acabam-se os nossos anos como um conto ligeiro." Visto que isso foi antes da televisão ou Internet, parece-me que a condição humana não mudou tanto em 4.000 anos.

A semana foi cheia de trabalho no consulado...ainda o caso do americano que faleceu sem a presença de familiares na ilha. Esta burocracia há de prolongar-se por mais alguns dias para a semana que vem. Também, comecaram-se os preparativos para uma visita à Madeira pelo Embaixador num futuro próximo.

Para variar um pouco o programa, estamos na época de entregar declarações IRS (dos EUA) e como americanos em toda parte do mundo ainda têm de entregar declarações dos seus rendimentos, há um programa de voluntários para ajudar as pessoas no preenchimento das suas declarações. Na Madeira, sou eu a pessoa a quem os contribuintes procuram para obter ajuda. Eu, que não gosto nada de mexer com papéis e preparar as minhas declarações (tanto para Portugal como para os EUA), passo horas a preenchar as declarações para outras pessoas!

Na igreja, com a aproximação da Páscoa, foi preciso ter mais ensaios para a cantata. Quando finalmente chegava em casa, estava tão exausto que não conseguia escrever nada para o blog. Além disso, passámos duas noites a visitar a Jackie e Marcia.

Marcia receberá o quarto tratamento de quimioterapia esta semana, e ela está a passar bem. O cabelo dela continua a cair, mas até agora não se nota muito. De resto tem sofrido poucos efeitos secundários.

Jackie apanhou uma constipação forte esta semana, e teve de ficar em casa a semana toda. Ela melhorou o suficiente para estar nos cultos hoje, mas ainda está longe de estar saudável.

Abbie continua ensaiando tocar a cantata no piano, e no seu tempo "livre", coseu coletes para os homens do côro usar, e está mexendo em caixas de fotos para fazer um álbum da história da nossa igreja, quase 30 anos de fotos! Marcia, que não está dando aulas agora, e fica em casa o dia todo, está à procura de algo para ocupar o seu tempo. Ela se prontificou para fazer o álbum, mas Abbie ou eu vamos ter de ajudá-la com os nomes de pessoas e as datas que antecedem a entrada de José Carlos e Marcia na igreja. De qualquer maneira, deve ser uma boa terapia para ela, pois terá muita oportunidade de rir-se de fotos do pastor com muito cabelo (ou com bigode). Só tenho uma consolação e defesa: não sou o único que mudou nos últimos 15, 20, ou 30 anos.

sexta-feira, março 17, 2006

De volta...

Sei que a última mensagem foi datada em 4 de Março, um Sábado. Foi nesse fim de semana que fui informado que um cidadão americano estava em coma no hospital, e sem familiares na ilha. A partir da 2ª-feira, foram quatro dias intensos de telefonemas, em contacto com familiares nos EUA e com os serviços consulares em Lisboa. O homem faleceu 3ª-feira, e o processo foi tão complexo que tivemos de adiar a nossa viagem para Lisboa marcada para 5ª-feira, e voámos no dia seguinte. Fomos convidados a participar em Portugal 2015, um projecto missionário para Portugal, mas perdemos a primeira noite e a manhã do outro dia da conferência por causa deste caso urgente. Houve uma altura em que parecia provável sermos impedidos de viajar.

Embora não ficássemos para o funeral, eu não podia seguir viagem sem garantir que o funeral ia ser realizado, e que não faltava nenhum documento que precisava da minha assinatura enquanto agente consular. Nem houve tempo para escrever para o blog.

Voltámos hoje à noite da viagem, depois de uma semana em que somente foi possível verificar o e-mail nalguns dias, pois não houve tempo e/ou acesso para o Internet. Estivemos no Algarve no fim de semana, e regressámos à Lisboa onde tive dois dias de reuniões na Embaixada.

Depois de visitar os membros amanhã poderei dar notícias do estado de saúde de Jackie, Raquel, e Marcia. Também, há mais a contar da nossa viagem, mas para hoje fica esta explicação da falta de notícias.

domingo, março 05, 2006

Aqui Estou Outra Vez...Mas A Visita Será Curta

Como escrevi no início da semana, já estava a prever um período de alguns dias, em que estaria submerso no mar de traduções, e só viria à superfície por pouco tempo. Na verdade, o maior trabalho de tradução foi mais complicado do que parecia à primeira vista. Felizmente posso dizer que está despachado, embora haja um ou dois textos pequenos que me aguardam. Hoje, tirei o dia e nem pensei neles. Eu e Abbie aproveitámos o bom tempo da Madeira (finalmente um dia sem vento e chuva!) para limpar o quintal e trabalhar no jardim.

Várias pessoas têm escrito, dizendo que estão a orar pela Raquel, Marcia e Jackie, o que agradecemos muito. Hoje escrevo principalmente para dar as últimas notícias sobre elas, e dizer que ainda precisam muito das nossas orações, pois nenhuma delas está sem problemas.

Raquel continua ter problemas, pois engasga-se facilmente. Acontece com maior frequência quando está amamentando, mas ainda tosse e fica engasgada, cortando-lhe a respiração. Roberto e Militina têm de estar sempre atentos e aspirar a expectoração. O médico avisou que se Raquel tiver um caso grave como aquele que levou-a ao hospital, poderá desenvolver uma condição crônica. Como se pode imaginar, os pais de Raquel não podem dar-se ao luxo de adormecerem profundamente à noite, com esta preocupação de escutar pelo mínimo sinal de problemas.

Jackie terminou o tratamento com antibióticos, mas logo nos próximos dias sentiu novamente os sintomas da infecção renal. Há duas noites atrás, quando estava deitada na cama, sofreu uma espécie de cãibra nas pernas...a perna direita, do joelho abaixo, ficou torcida para dentro; o pé esquerdo ficou torcido para fora. Depois de algum tempo, conseguiu pôr as pernas em posição normal, e durante o dia tentou falar com o seu médico, mas ele não estava no consultório. Hoje ela parecia estar um pouco melhor.

Eu e Abbie fomos visitar Marcia pela primeira vez em mais de uma semana. Como Abbie tinha uma pequena tosse no início da semana, ela não queria arriscar dar levar uma infecção em casa da Marcia. Após o segundo tratamento de quimioterapia, Marcia está a perder o cabelo, e pela primeira vez sente problemas de náusea. Hoje, José Carlos teve de levá-la ao hospital devido a fortes dores abdominais/intestinais. A enfermeira lhe deu um medicamento, o que tem ajudado, e disse a Marcia que, se era só isso que tem sentido até agora, está muito bem. Marcia continua a ter uma atitude positiva e aguarda com expectativa a oportunidade de vir aos cultos na igreja novamente.

Agradecemos todos que lêem (e oram) fielmente. Tenho dois ou três outros artigos em preparação para colocar no blog, mas terei que emergir das profundezas dos outros trabalhos com mais tempo para poder finalizá-los.

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Respirar é preciso (de vez em quando)

As baleias têm de vir ao de cima de vez em quando para encher os pulmões de ar antes de mergulhar de novo. De certa maneira, é isso que estou a fazer agora, marcando uma breve presença no blog para depois desaparecer durante uns dias.

O trabalho de tradução não é algo regular e previsível. De modo geral, pode dizer-se que não há nada a fazer (às vezes por uma semana ou mais), mas logo que vem um trabalho, vêm mais alguns um atrás do outro, tornando necessário trabalhar sem parar durante uma semana. Os trabalhos que vieram este fim de semana têm de ser entregues na 4ª-feira, portanto, 2ª e 3ª já estão agendadas para despachar as traduções.

Desde a última notícia dada na 3ª-feira, os casos urgentes de oração tiveram alguns desenvolvimentos:

Marcia: na 5ª-feira, ela recebeu o segundo tratamento de quimioterapia. José Carlos disse-nos hoje que o cabelo dela está começando a cair. Ela ainda está a ficar em casa o mais possível para evitar apanhar alguma infecção.

Jackie: houve um dia em que ela passou mal, cheio de dores, mas ontem (Sábado) já estava melhor e hoje assistiu ao culto. Ela parece estar a caminhar devagar, mas de forma regular, no caminho da recuperação.

Raquel: ela deu um grande susto aos pais na noite de 5ª-feira, quando começou a tossir e em seguida parou-lhe a respiração. Houve uns momentos tensos enquanto não conseguissem fazê-la respirar novamente. A família toda estava no culto hoje.

Os cultos na igreja foram uma grande benção, e o culto à tarde em Português estava particularmente bem assistido. Houve 5 ou 6 pessoas que nos visitaram pela primeira vez, e outra família da igreja que faz quase um ano que não vem ao culto estava presente. Eu e Abbie fomos falar com eles esta semana e parece que foi o suficiente para desimpedir o caminho de volta. Há um ano atrás passaram por uma provação e não souberam lidar com ela.

O que nos encoraja mais não é o número de pessoas em assistência, mas a presença evidente do Senhor na pregação e ensino da Palavra e no louvor e adoração. Não somos já as pessoas que éramos na semana passada, ou ontem. De alguma forma, mesmo pequena, demos um passo em direção ao Senhor, e pelo ministério do Seu Espírito Santo estamos mais pertos d'Ele.

Se eu desaparecer da blogosfera por uns dias, tenha a certeza que tão logo que for possível, estarei aqui de novo. As baleias não podem ficar sempre submersas...nem eu.

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Mais ou Menos, ou Igual

MAIS: A irmã Jackie está em fase de melhoras, e por isso louvamos a Deus. O médico prolongou o tratamento com antibióticos, e parece que está a produzir bons resultados. Nos primeiros dias houve efeitos secundários desagradáveis, mas o médico disse-lhe para ter paciência e continuar com o tratamento. Ela tem outra consulta esta semana, mas o facto que ela estava nos dois cultos Domingo já é sinal que está a sentir-se melhor.

MENOS:
A pequena Raquel foi à consulta na semana passada e ela está a sofrer de uma recaída do seu problema respiratório. Felizmente não foi preciso interná-la, but o irmão dela, Nataniel, 3, também tem uma constipação forte, junto com o pai, Roberto. É um problema da família toda, que não pôde assistir aos cultos Domingo.

IGUAL:
Marcia terá a segunda dose de quimioterapia na 5ª-feira, mas até agora tem reagido bem ao medicamento. A comichão ainda cria um mal-estar e ela ainda está retida em casa a maior parte do tempo para não se expor a riscos de infecção.

A IGREJA: A assistência estava MENOS (muitas pessoas doentes), mas o estado de espírito dos irmãos está BEM. Depois da reunião de oração da 4ª-feira passada, houve outra semelhante na 6ª-feira. Os que estiveram presentes Domingo receberam grandes bençãos. Ionatan, o filho dos nossos irmãos romenos, Daniel e Dorina, foi perante a igreja e disse os livros da Bible in ordem. (Ele tem 6 anos.) Apresentamos uma Bíblia especial às crianças que aprendem os livros da Bíblia, e antes de lhe entregar a sua Bíblia perguntei-lhe se ele sabia os livros em romeno. Ele respondeu que não os sabia em romeno, mas também mais ninguém na igreja sabe, a não ser os seus pais (talvez!).

LINKS:
Comecei a pôr links aqui nesta página; já resolvi o problema de COMO fazer isso---só falta resolver o problema de QUANDO farei! Como o médico disse à Jackie, com paciência e perseverança, lá chegarei.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Levantai os vossos olhos...Olhai para cima, levantai as vossas cabeças...

Como deve ser o caso por toda a parte, a reunião de 4ª-feira é a mais informal de todas, e portanto a menos previsível. Às vezes, passamos quase 2 horas a procurar entender uma passagem difícil na Bíblia, ou debatemos um assunto quente da nossa sociedade moderna do ponto de vista bíblica. Sempre há oração, claro, mas esta semana a noite foi totalmente dedicada à oração. Houve alguns pedidos e alguns testemunhos de bênçãos, mas principalmente o tempo foi preenchido com o povo de Deus a orar.

Ao ler as notícias mais recentes aqui no blog, facilmente verá que a igreja toda, e certos membros, em especial, estão a passar por tempos difíceis. Lembrei-me das palavras de Jesus: "Levantai os vossos olhos, e vede as terras..." (João 4:35) Ele disse aos discípulos, encorajando-os a trabalhar; e, mais tarde, quando falou das provações que virão sobre o mundo nos últimos tempos, Ele disse, "Olhai para cima, levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima." (Lucas 21:28) Estar desânimado é estar abatido...estar em baixo. Se fixarmos a nossa atenção nos nossos problemas (ou nos daqueles que amamos--irmãos em Cristo, familiares), acabaremos ficando abatidos, em baixo. A solução: levantar os nossos olhos...olhar para cima e levantar as nossas cabeças.

Todos temos necessidades, mas os campos estão perante nós, cheios de almas mais necessitadas do que nós. Levantemos os nossos olhos e vejamos os campos. Estamos com problemas, mas quando fitamos os nossos olhos no horizonte, chegamos a ter uma visão do propósito de Deus, e pela fé sabemos que a nossa tribulação presente é leve e momentânea e produzirá um eterno peso de glória, como Paulo escreveu. Estas coisas Deus permitiu para tornar-nos melhor preparados para o Seu trabalho no campo. Levantemos as nossas cabeças e reconheçamos que a nossa redenção se aproxima. Deus está a trabalhar no mundo, na igreja, e em nossas vidas para fazer cumprir o Seu propósito.

Os pedidos dos vários membros são sinais que Deus está a trabalhar: "da-me mais ousadia para falar da Tua palavra"; "fortalece a nossa fé"; "colocamo-nos nas Tuas mãos -- usa-nos." São pedidos que Deus não pode recusar atender. Pela fé, esperamos grandes coisas do Senhor.

Notícias sobre Marcia: Ela continua a sentir-se bem, com a excepção da comichão intensa que é sintoma da sua doença, o que, por sua vez, dificulta o seu descanso à noite. O próximo tratamento de quimioterapia está marcado para o dia 23.

Notícias sobre Jackie: Devido à gravidade da infecção renal que ela tem, o médico mandou prolongar o tratamento com antibióticos até Domingo, pelo menos. O medicamento tem provocado algum mal-estar, mas parece que finalmente está começando a sentir-se um pouco melhor.

domingo, fevereiro 12, 2006

Lar Doce Lar


Como já disse, o pessoal da igreja está todo em casa neste momento, depois da Raquel e Marcia terem passado quase 15 dias no hospital. Raquel estava em casa no Domingo passado, mas os pais, Roberto e Mili, acharam por bem ela não sair já. Passámos em sua casa esta noite (foto tirado com telemóvel com pouca luz) e penso que poderá estar no culto este fim de semana. Ela ainda precisa ir à terapia para ajudar soltar a congestão que resta no pulmão.

Marcia está em casa, também, mas o médico aconselhou-a a ficar em casa o mais possível durante o próximo mês, e deve evitar recintos fechados onde estão muitas pessoas. O seu sistema imunitário está em baixo e por isso tem de descascar toda a fruta ou os vegetais que comer, por causa da possibilidade de vestígios de pesticidas na casca. Ela está muito animada e queria dar o seu testemunho no culto, e exortar os outros membros acerca da importância de servir ao Senhor. Parece que vai ter que esperar algumas semanas para fazer isso.

Jackie, que foi ao hospital para exames, realmente não foi internada, mas não tem passado bem os últimos dias.

Quanto a nós, as nossas dores e queixas resultam de trabalho. Começámos no longo processo de terminar as obras em falta em casa, e para isso, temos que decidir o que vamos deitar fora e o que vamos guardar...muita coisa que restou de mudanças e vários projectos de construção ao longo de 29 anos. Dentro de casa, Abbie queria mudar o piano para a outra sala; fora de casa (em cima dela, de facto), aproveitei uma paragem nas chuvas torrenciais que temos sofrido na última semana para subir no telhado tapar os buracos que deixavam a água inundar a cozinha cada vez que a chuva vinha do lado sul. Depois de mudar o piano, e trabalhar em cima do telhado a esforçar-me para não fazer um voo experimental de aterragem dolorosa, o corpo continuamente me lembra que tenho feito trabalhos físicos.

Mas depois de passar horas a ver o que tem estado guardado no sótão e na garagem, Abbie também acusa o stress. Não é fácil quando vê peluches ou bonecas que eram dos filhos, por exemplo. Guardar? jogar fora? guardar onde? Acaba sentindo como se tivesse carregado o piano ou passado o dia tentando manter o equilíbrio em cima do telhado.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Márcia Vem Para Casa

Foi confirmado que a Márcia tem linfoma Hodgkins, de grau 2B. A quimioterapia está programada para 15 em 15 dias, e ontem (5ª-feira) foi o primeiro tratamento. Estávamos no hospital quando ela voltou da primeira sessão, e ela estava num estado de espírito muito bom...claro, os efeitos do tratamento só começarão a aparecer depois. Ela está muito contente em saber que pode ir para casa 6ª-feira (hoje). A não ser que Deus intervenha de forma milagrosa, ainda vêm dias muito difíceis pela frente. As suas orações são muito importantes...não só a pedir a mão de Deus a tocar no corpo dela, mas a favor de tudo que Deus queira fazer na alma e espírito dela...e nas nossas vidas espirituais também!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Marcia, Raquel e Jackie

Marcia foi transferida para o Centro Hospitalar do Funchal para fazer uns exames mais completos, que incluem TAC e medula óssea. Os resultados da biópsia da linfoma que determinará se é do tipo Hodgkins, ou não, não estão prontos ainda, mas as sintomas todas indicam que seja Hodgkins. O médico crê que a doença ainda está no nível 1 ou 2, e assim sendo, as probabilidades de cura são acima dos 80%. Vão começar com uma combinação de quimioterapia e radioterapia. Ela está de bom ânimo, e antes de deixar o hospital onde ficou uma semana, distribuiu 15 Bíblias dos Gideões. O seu marido, José Carlos, e a filha Susana precisam muito das nossas orações também, e estamos certos de que Deus permitiu isso para o avanço da Sua obra e glória aqui.

Depois do último culto Domingo à noite, um bom número de irmãos da igreja reuniu-se para um tempo de oração, não só para Márcia, mas para outros na igreja que estão a passar por tempos muito difíceis. A igreja toda está a crescer na fé através destas provações.

Raquel: Boas notícias--a filha de Roberto e Militina veio para casa Sábado depois de quase duas semanas no hospital. Ela nasceu no dia 30 de Dezembro, e com três semanas de vida teve que ser levada ao hospital com problemas de respiração (pulmões congestionadas). O médico disse aos pais que tiveram "sorte", pois se o ataque que ela sofreu tivesse sido de noite em casa, e não na porta do hospital, não teria escapado com a vida.

Jackie: Já que falo da saúde dos membros, aqui está a situação de Jackie, que há quase dois anos luta contra problemas graves de saúde, e até agora, ninguém conseguiu dizer o que eram, e como tratá-los. Depois de mais testes, um novo médico viu os resultados e disse claramente que não tem nada de cancro. Mas, ele disse que ela está muito doente. Para uma mulher da sua idade, os rins funcionam somente a 38% (ela tem um infecção renal), e a anemia está em 50%. Amanhã ela começa com antibióticos para combater a infecção renal e terá consulta com um nutricionista. Ele disse que ela vai ficar boa, mas para não esperar que isso aconteça "de imediato".

Agradecemos as orações de todos...com certeza, problemas de saúde vão deixar de ser tema principal neste blog. Deus tem muita coisa maravilhosa preparada para o Seu povo.

sábado, fevereiro 04, 2006

Novo Começo

Este blog foi criado há mais de um ano com a intenção de ser a versão portuguesa do nosso blog em Inglês, FACeTS of Madeira, para dar notícias da obra na Madeira aos irmãos e amigos de língua portuguesa. Até agora não foi possível manter este blog actualizado, situação que esperamos corrigir. A versão inglesa, que tem mais notícias e fotos do último ano pode ser acedida através do link em cima, no cabecalho da página. Entretanto, procuraremos actualizar as notícias aqui com uma frequência, não digo diário, mas pelo menos semanal, e sempre que haja algo mais significante a reportar.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Aquela Palavra Que Nos Assusta Mais


Cancro.
A palavra em si é uma sentença. Evoca o medo, pensamentos das coisas que mais tememos. O que conhecemos do cancro e dos seus efeitos nos enche de temor; o que não conhecemos nos assusta ainda mais.Ontem (5ª) ouvimos aquela palavra horrível: cancro.

Marcia (esq), a esposa do irmão José Carlos, tem passado o último ano, indo de médico em médico. Problemas com o tiróide, depois um cansaço tremendo (possivelmente resultado dos problemas com o tiróide) e por fim uma coceira que nunca passava. Talvez a coceira fosse reacção ao medicamento para o tiróide; testes mostraram uma reacção ao químicos na tinta para o cabelo, mas quando deixou de tomar o medicamento e de pintar o cabelo, a coceira continuou na mesma.

Na semana passada, apareceu um caroço no lado esquerdo inferior do pescoço, e a Marcia foi fazer mais análises. Logo que a médica viu os resultados, disse a Marcia para estar no hospital 2ª-feira. Ela foi, e já preparada para ficar, pois ela avisou que não ia sair do hospital sem saber a causa da sua aflição. Durante três dias fizeram mais análises, de sangue e urina. 5ª-feira, fizeram uma biopsia e a resposta não tardou em chegar: cancro no sangue.

Neste momento há mais incertezas do que certezas. O que já se sabe é que ela vai começar quimioterapia na próxima semana. Domingo vem um oncologista para determinar a natureza exacta do cancro e qual o tipo de tratamento que deve ser dado. Todos estamos num estado de choque. O José Carlos começa a pensar e imediatamente reconhece que não quer pensar mais, pois as perspectivas são muitas, e de modo geral, das piores.

No princípio do ano, senti o Senhor a levar-me a "adoptar" o irmão José Carlos como "alvo especial" para, durante este ano, trabalhar com ele mais, e orar por ele, como sendo o irmão da igreja com mais capacidade para me ajudar no ministério do ensino da palavra. É um dos irmãos mais maduros, cujo conselho aprecio muito. Como arquitecto, desenhou o nosso novo templo, uma obra que todos admiram pela sua beleza e funcionalidade. Creio que ele tem também um lugar especial na edificação da casa espiritual. Há poucos dias, eu senti que aquelas palavras dirigidas por Jesus a Pedro eram para José Carlos, também. Pressenti que iria ser cirandado, para depois poder ser útil no fortalecimento dos irmãos. "Estou a orar por ti," eu lhe disse. Nunca imaginava que esta provação incluísse aquela palavra assustadora "cancro". Se sentia a necessidade de orar por ele e Marcia antes, agora é que o peso desta responsabilidade multiplicou-se. Agradecemos a todos que oram por nós e os irmãos que Deus tem chamado aqui.