Para nós, americanos, acabámos de festejar uma das grandes festas do nosso povo: Thanksgiving (Dia de Acção de Graças). Logo em seguida vem outra: Natal. Quanto à primeira, através do consulado organizámos um jantar de Thanksgiving (nos EUA é no meio do dia, mas como não é feriado aqui e muitos trabalham, tem de ser à noite). Houve muitos e muitos anos em que nunca nos lembrámos do dia, pois eu estava a dar aulas e Abbie trabalhava na livraria que tínhamos.
Na 5ª-feira da semana passada, havia 42 pessoas presentes no jantar, que foi preparado por um restaurante num hotel. Como o chefe não é americano, não conseguiu acertar nos várious pratos e dar-lhes o sabor tipicamente americano, mas estávamos juntos com amigos e estávamos gratos na mesma. Antes de começar, até fiz uma oração de agradecimento a Deus pelas Suas bençãos.
A outra grande notícia é sobre o Natal. Como José Carlos e Marcia estarão fora, e Jackie and Jaime também---as famílias na igreja com quem costumamos passar Natal---pensámos em aproveitar uma promoção e passar a última semana de Dezembro e o Ano Novo em viagem. Mas, como vamos estar nos EUA para dois casamentos, um no último fim de semana de Janeiro e o outro na semana a seguir, decidi surpreender Abbie e arranjei bilhetes para o Dia de Natal para irmos aos EUA. Eu volto na primeira semana de Janeiro, e vou novamente no final do mês para os casamentos. Entretanto, Abbie passará o mês de Janeiro com seus pais ou com Joy e Mark em Arkansas. Eu embrulhei os bilhetes e disse que dentro iria saber onde vamos estar no Natal. Quando ela leu "Pueblo, Colorado", ela realmente entrou em choque. Vai ser o primeiro Natal que passamos nos EUA desde 1975. Na verdade, para a maior parte do dia, estaremos no ar ou em aeroportos, pois saímos às 6h00 no dia de Natal e chegamos em Denver às 22h20 do mesmo dia. Devido às 7 horas de diferença do fuso horário, o nosso dia de Natal terá 31 horas.
É claro que a perspectiva de ver filhos e netos, além dos outros familiares (os pais de Abbie, minha mãe, e alguns dos nossos irmãos e irmãs) nos enche de grande expectativa.
Justamente na altura que estava a planear esta viagem, o que implicava estarmos separados durante quase três semanas, eu tinha de ir à Lisboa para reuniões na Embaixada. Como era uma viagem rápida, e o governo não paga os €200 para o bilhete da Abbie, eu ia só. A questão era se ficava uma noite ou duas. Abbie foi preemptória: "Duas noites separados, nem pensar." Eu realmente perguntava-me a mim mesmo como ela reagiria à proposta de ficarmos separados durante três semanas, e em lados opostos do oceano. Algo estranho aconteceu: ela, a esposa dedicada que não admitia ficar mais do que uma noite sem mim, estando à uns 1000 km distante, mostrou-se muito pronta e contente em passar três semanas à distância de 7000 km de mim. Eis a lógica de mulheres: quem pode entendê-las?
Quando estávamos a discutir a possibilidade de viajar depois do Natal, cada um propunha uma restrição: Abbie disse -- "longe, não"; eu -- "para o norte, não" (isto é, nada de frio nem neve). Parece que ambos nós vacilámos nas nossas imposições.
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