sexta-feira, dezembro 29, 2006

Afinal, "A White Christmas"

Embora há uma semana atrás a neve era tanta que o estado de Colorado inteiro foi "encerrado", incluindo o aeroporto de Denver durante dois dias, a maior parte da neve em Pueblo já tinha desaparecida antes de chegarmos. Ontem, no "4º dia de Natal", a neve veio de novo. Jeff tinha reserva para sair de Denver às 18h30, mas com a nova tempestade em vista, ninguém tinha certeza se os voos iriam sair. Ele adiou a sua saída o máximo possível sem ter uma resposta definitiva, e acabou conduzindo para lá sem saber se podia voar. O jornal hoje diz que 180 voos foram cancelados ontem, mas pensamos que ele conseguiu seguir viagem. Pelo menos ele saiu de Pueblo e chegou a Denver antes do encerramento das estradas.


Abbie e Raquel foram às compras quando a neve estava começando a cair. Será que há algum parentesco entre elas?





Não há tanta neve desta vez, mas dizem que vai durar mais tempo (até Domingo, talvez), e estará mais frio. O problema não é a quantidade de neve, mas o gelo, que torna perigoso o sair a pé ou de carro. Está prevista a descida de temperaturas até perto dos -15ºC nos próximos dias. Tirei algumas fotos como recordação da neve.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Os três dias de Natal


Como escrevi, este foi o "Ano Sem Natal", isto é, houve muito pouco nesse dia que lembrava o Natal. Suponho que a nossa "Árvore de Natal" este ano seria esta árvore em frente do hotel em Lisboa, em cores de outono que faziam contraste com os pinheiros do outro lado da rua. Faz contraste também com as árvores de Madeira, que quase não passam pela mudança de cores.

Em NY, felizmente houve vagas no voo, e pudemos continuar viagem até Denver. Já eram 23h00 quando aterrámos, e não foi possível ver bem a paisagem de neve durante as 2 hours e tal que andámos de carro até à casa de Ricardo em Pueblo, onde chegámos depois das 2h00.

Acordámos antes das 7h00 e pelas 8h30 estávamos todos reunidos em volta da "verdadeira" árvore de Natal, cercada pelos presentes. Embora já era dia 27 de Dezembro, era em tudo "tal e qual Natal". Com as festividades a serem prolongadas desta maneira, lembrei-me da tradição de alguns lugares onde havia "12 dias de Natal", que é, por acaso, precisamente o número de dias que estarei fora de casa nesta viagem.
Em baixo: Os nossos sete netos debaixo da árvore

De passo em passo...

As minhas desculpas! Esta versão foi colocada no blog em Inglês, e a versão inglesa aqui...estava com pressa no aeroporto de Lisboa...


Neste momento estamos sentados na sala de embarque do aeroporto de Lisboa, à espera do voo para Newark daqui a 30 minutos. Até aqui, tudo bem. O próximo episódio desta novela terá lugar em Newark quando tentamos seguir viagem para Denver. Como perdemos o voo de ontem na Continental, hoje estamos na lista de espera, e estou quase certo de que não somos as únicas pessoas naquela lista.

terça-feira, dezembro 26, 2006

One step at a time

We are now sitting in the Lisbon airport waiting to board our flight to Newark in about 30 minutes. So far, so good. The next instalment in this saga will be at Newark when we find out when we can actually move on to Denver. Since we missed our connection for the Continental flight to Denver yesterday, we're on the waiting list now, and I suspect we're not the only ones on that list.

segunda-feira, dezembro 25, 2006

O ano sem Natal...

...ou sem um dia minimamente parecido com o Natal. Esta noite estamos num hotel em Lisboa com outros viajantes "vítimas" do mesmo mal (alguns com destino ao Brasil, alguns a Espanha, outros à França), mas todos nós enviados para um hotel com instruções para voltar ao aeroporto amanhã para embarcar nos nosso respectivos voos. A causa de toda esta confusão? O greve de zelo dos pilotos da TAP, que estão a protestar a medida do governo relativo à mudança da idade de reforma dos 60 para os 65 anos. Nem todos os voos são afectados---alguns são atrasados, outros simplesmente cancelados. Nosso foi cancelado.

As refeições no hotel, almoço e jantar, foram abundantes (buffet, come tudo que quiser), mas a escolha de bacalhau, mariscos, porco assado, e cabrito não se ajusta àquilo que nós consideramos a comida de Natal. Não estamos com fome, mas também talvez não estejamos "satisfeitos".

Mas estamos gratos por ter lugar para ficar, comida mais que suficiente, e uma cama onde dormir. Talvez, amanhã ainda tenhamos motivo semelhante de gratidão...a última palavra da funcionária da TAP foi que não consegue garantir as nossas reservas nos voos amanhã para NY e Denver.

Eu Bem Disse

O que foi que escrevi da última vez? Eis, a minha previsão virou realidade...embora um tanto distorcida. O problema surgiu no lado oposto ao esperado.


Levantámo-nos esta manhã às 3h30 para estarmos no aeroporto até às 4h30 para apanhar o avião das 6h00 para Lisboa. As primeiras palavras que lemos no ecrã de informações: "Voo cancelado". Agora, sentado na sala de embarque com o sol a levantar-se sobre as Ilhas Desertas e Abbie a tentar descansar um pouco (eu dormi umas duas horas e tal esta noite, ela, não), esperamos o voo das 10h00. Só que não conseguiremos apanhar o voo para Nova Iorque e de lá para Denver. Afinal, vamos passar o Dia de Natal num hotel de Lisboa, e apanhar o mesmo voo amanhã às 11h50. Claro, a companhia TAP teve de nos dar vouchers para táxi, refeições e hotel.

Pelo lado positivo: vamos ter a oportunidade de descansar bem antes do último pulo para o outro lado do oceano. Mas, o que disse acerca do nosso primeiro Dia de Natal nos EUA desde 1975 fica sem efeito, e nem sinal de nem um floco de neve sequer.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Onde estava a minha cabeça?!

Bem feito! O Cônsul-geral em Lisboa me avisou. Mas, teimosamente prossegui com o plano: eu fiz reservas e comprei bilhetes para voar até aos EUA no dia de Natal.

Destino: Denver
Notícias no CNN na 4ª-feira (e 5ª, e hoje): Colorado soterrado numa tempestade de neve...o aeroporto de Denver fechado...mais de 1000 voos cancelados...milhares de passageiros "presos pela neve".

Uns meses atrás, quando disse ao cônsul-geral que eu planeava uma viagem aos EUA para passarmos o primeiro Natal lá desde 1975, ele contou como ele tentou visitar a sua família em Michigan no Natal uns anos atrás. Conseguiram chegar a Chicago, mas o mau tempo e greves obrigaram-nos a passar três dias no aeroporto de O'Hare em Chicago. A sua esposa o avisou para NUNCA MAIS falar em "visitar os pais no Natal"!

Mas nós vamos. Não sei até onde vamos nesse dia, ou quanto tempo levará para chegarmos lá. Esperamos que as condições melhorem até 2ª-feira à noite quando devemos chegar. Pensei em levar comigo uma pá para a neve, só que não sei como conseguiria fazê-la passar pela segurança no embarque. Mas nem vale a pena pensar mais no assunto...não consigo encontrar uma pá dessas na Madeira. Gosto de viver na Madeira, e agora estou a lembrar-me de uma das razões por que.

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Marcos no caminho

40-40-90-30-60
Não é com esses números que consegue ter acesso ao meu cofre (não tenho cofre), nem são medidas corporais (altura, peso, ou "circunferência"). Antes, representam comemorações significantes deste ano de 2006:

40 anos de pastor consagrado (Abril 1966)
40 anos de casamento (Agosto 1966)
90 anos de vida para minha mãe (Agosto 1916)
30 anos na Madeira (chegámos aqui no dia 3 de Dezembro de 1976)
60 anos na terra (eu cheguei ao mundo em 8 de Dezembro de 1946)


Eu me lembrei dos marcos que eram tão comuns aqui anos atrás. Nos meados do século XX, a estrada foi concluída que dava a volta à ilha seguindo mais ou menos a linha da costa. Em muitos lugares, a estrada foi literalmente "gravada" na face das escarpas. A Ilha da Madeira mede aproximadamente 55 km por 20 km, mas a estrada "costeira" em muitos lugares teve de fazer grandes desvios para o interior para contornar os vales profundos, e a volta acabou tendo um cumprimento de 200 km. Começando no Funchal, e indo no sentido contrário aos ponteiros de relógio, marcos na Estrada Nacional 1 (practicamente estrada nactional única, em verdade, durante anos) informaram o viajante qual a distância já percorrida, e portanto, quantos quilómetros faltavam para completar os 200 km no Funchal. Além de informar qual a estrada (E.N. 1) em que estava, os marcos mostraram os próximos sítios e a distância em décimos de quilómetro.






Kilometer 15, a leste do Funchal;
1.6 quilómetros até Santa Cruz.

Hoje, no nosso lado da ilha, estes marcos primitivos são muito raros: a antiga estrada estreita, calcetada em pedra foi alargada e alcatroada; os muros de protecção foram substituídos. Muita parte da estrada antiga desapareceu com a construção da via rápida, e as secções que ainda existem são abandonadas ou pouco utilizadas. Porventura, é nestes lugares, que se possa ainda encontrar um marco ou outro, e alguns destes por baixo da vegetação que cresce sem controlo, outro sinal do abandono destes trechos de estrada.





Também raras são as pequenas pedras que marcaram os décimos de quilometro, como aqui no Km 11,7








40-40-90-30-60: Para nós, 2006 foi cheio de marcos. Mas os marcos na estrada somente indicam onde estamos, quanta distância andámos; não dizem nada acerca de como chegámos até lá, se com excesso de velocidade, ou se houve um pneu com furo, ou se errámos no caminho e foi preciso voltar para trás para entrar novamente no rumo certo, ou se caminhámos a pé ou andámos de bicicleta. Na vida, o mais importante é COMO caminhamos de um marco até ao outro. Ao prestarmos contas a Deus no Dia de Juízo, não será o número de marcos que alcançámos, mas se chegámos lá de uma forma que agradou a Deus.

Convém realçar uma diferença importante: o marco na estrada também pode servir para nos dizer a distância até ao nosso destino, mas o calendário somente me diz que o ano de 2006 vai acabar em menos de duas semanas. Não me diz até onde vou chegar no ano de 2007 e além, ou quanto tempo me resta antes de chegar ao destino final. Cada dia representa um destino intermediário; que possamos viajar de maneira que ao fim de cada dia tenhamos agradado a Deus.