(Publicado em Inglês, no blog Facets of Madeira, em 20/12/07)
5ª-feira de manhã. Hoje tive de me levantar mais cedo porque todas as 5ªs de manhã dou uma aula particular de Inglês antes de ir ao consulado. Um olho estava sempre no relógio, porque uma saída de casa atrasada em alguns minutos pode obrigar-me a uma viagem até ao Funchal que leve uns 20 minutos a mais (é assim, à sua própria maneira e à sua própria escala, o Funchal também tem engarrafamentos de hora de ponta). Estáva na hora de sair...em verdade, já deveria ter ido...mas senti um forte desejo irresistível de lavar os dentes. Por quê? Lavei-os antes de ir para a cama, e ainda não tinha comido nada desde que me levantei. Debati comigo mesmo: dentes lavados ou trânsito livre? Eu TINHA DE lavar os dentes, e a razão foi que---o meu aluno das 5ªs é o meu dentista.
Com um profundo sentido de dever, lavei os dentes, sabendo o tempo todo que o bom médico, que é amigo também, não iria verificar os meus dentes. Durante essa hora, ele está mais preocupado com a sua pronúncia de Inglês (o que sai da sua própria boca) do que com a minha higiene oral (a bactéria que poderia estar escondida na minha boca). Foi simplesmente a ideia de que estaria na presença do meu dentista que me fez gastar mais um minuto ou dois antes de sair de casa. E enquanto lavava os dentes, reflecti sobre esse sentimento de necessidade, e fiz uma aplicação espiritual. Um dia não vai ser perante o dentista que hei de comparecer, mas perante o próprio Senhor; com certeza, a minha maior preocupação não vai ser o estado dos meus dentes. O Salmista já sentiu o mesmo: "Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração..." (Sal. 24:3-4)
Senhor, põe em me sempre este desejo irresistível de manter o meu coração limpo e puro perante Ti.
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