Pastor Moiséis filmou a ribeira ao lado da Rua 31 de Janeiro do terraço do seu apartamento e comentou a cena. Pode ver o vídeo aqui.
Conseguimos chegar à igreja dando uma grande volta, que passou por este local. A saída da via rápida para a nossa igreja, que fica na zona da Pena, ainda não está aberta, pois estão a limpar a rua dos muitos carros que foram espalhados ao longo da sua descida. Tivemos cerca de 50% de assistência nos cultos hoje, e estamos gratos por cada um que conseguiu chegar. Confirmámos que não houve feridos entre os membros da igreja, e os danos materiais limitaram-se a dois carros que ficaram inundados com águas lamacentas, mas não foram arrastados pelas águas. A irmã Fernanda teve vários centímetros de água em toda a sua casa, e terá de substituir o pavimento flutuante que não resiste bem à água.
Os nossos irmãos na Assembleia de Deus não foram tão afortunados. Pastor César ligou para dizer que uma irmã da igreja foi arrastada pelas águas e o marido não conseguiu agarrá-la.
Hoje à noite, o número de mortos é oficialmente 42. Amanhã ao meio dia vão actualizar a informação.
Aqui estão as últimas fotos que tirei esta tarde na zona da igreja.
CENAS DA RUA
Clique nas fotos para ampliar.
Quando passámos por este cruzamento indo à igreja, havia um tronco gross que atravessava metade da via. Quando voltámos a pé depois do culto, o tronco já não estava lá, mas as pedras, sim.
A força das águas torceu peças metálicas em volta de sinais de trânsito e deixou arranjos exquisitos dos detritos.
UM QUARTEIRÃO MAIS ACCIMA
Lembra-se da foto no primeiro artigo acerca do temporal?
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O mesmo local esta tarde:
A parede de frente da casa desapareceu com a força das águas vindo da montanha atrás:
O caminho da destruição:
Começando em cima, lembra-se deste carro no artigo anterior?
É este o mesmo carro, visto do outro lado, numa ampliação da parte central superior da foto em cima:
No centro desta foto, pode ver-se o telhado da segunda casa, que foi destruído quando a água veio para baixo e empurrou tudo à sua frente. Mais em baixo, a casa que ficou sem a parede da frente. À esquerda da casa, vêem-se homens em fatos côr de laranja.
Nesta foto, dá para ver claramente que estão a andar em cima de um carro que ficou entalado entre as duas casas...a roda do carro é bem visível:
Depois compreendi que estavam a tentar tirar um corpo do carro. Um grupo de homens atrás, no muro mais alto, puxou numa corda e arrancou o cadáver do carro, e o trouxe através da casa, deitou-o no terraço, e o cobriu com um lençol.
Depois, um dos homens saiu e voltou com uma garrafa de água limpa; deram-lhe a carteira lamacenta que tinham tirado do corpo, e abrindo a carteira, retirou documentos e lavou-os para que a polícia ao seu lado pudesse comunicar ao central a identidade de mais uma vítima.
Antes de abandonar a minha posição, reparei que ao lado direito daquela mesma casa, houve outro carro enfiado entre as casas, e que o portão no fundo das escadas tinha evitado mais detritos de entrar na via pública.
Não fiquei para ver se havia um corpo a ser retirado daquele carro.
Agora, em casa, enquanto escrevo estas palavras, ouço o vento soprar e sinto a chuva bater contra as janelas do meu escritório. Ainda bem que a chuva cai levemente.
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