Quando cheguei do escritório anteontem, perguntei a Abbie, "O que queres ouvir primeiro: as boas ou as más notícias?" Como ela nunca responde a esta pergunta, dei-lhe as más notícias: "Não há boas notícias."
Primeiro, recebi confirmação de que há 9 anos tenho declarado mal às autoridades portuguesas o meu salário do consulado. As consequências especificas ainda são incertas, mas neste tempo de crise em Portugal, quaisquer que sejam as consequências, só podem implicar um golpe forte de mais impostos, acrescidos de juros e coimas.
Há uma lição nesta história. Tenho sempre entregue as declarações de acordo com as orientações de peritos em assuntos fiscais em matéria da convenção para evitar dupla tributação. Na semana passada recebi confirmação de que estava a proceder correctamente. Quando estava no processo de escrever uma carta a DGCI (departamento fiscal português) e fui citar o artigo da convenção para sustentar a minha posição, conforme informação acabada de receber do tal perito em assuntos fiscais, também li a alínea a seguir. Até agora, todos me citavam as regras contidas na lei até alínea (b)(i) do parágrafo 1 do Art. 21. Mas quando li alínea (b)(ii), parei de escrever, deitei a mensagem no lixo, e contactei o meu amigo conselheiro. Quando chamei a sua atenção a isso, ele imediatamente concordou que "Tens um problema, sim!", desculpando-se por não ter se apercebido de todos os factos que afectam a minha classificação de contribuinte. Moral da história: antes de apregoar em alto e bom som alguma doutrina como fundamental e inviolável baseada num versículo da Bíblia, tenha o cuidado de ler os versículos que antecedem e o que vem a seguir. Não só vai sentir-se obrigado a baixar o volume, mas talvez tenha que mudar a mensagem. Sei que a minha próxima comunicação com a DGCI não vai ser nada como aquela que estava em vias de enviar.
Assim foi o começo. Depois fui levantar o medicamento de coração que o médico receita há muitos anos para Abbie. Depois de passar em 6 farmácias no Funchal, e ouvir a mesma história em todas, concluí que deve ser verdade: o tal medicamento está esgotado no mercado e o distribuidor nem sabe quando vai haver mais. Foi sugerido procurar em farmácias fora da cidade, que talvez pudesse encontrar uma caixa.
A meio caminho para casa, parei numa farmácia numa vila pequena e a resposta era a mesma. Talvez um genérico? foi a sugestão. O que todos diziam era que Abbie não devia/não podia parar com o medicamento. Segui para casa com o número de telefone do médico na algibeira. No último caso, o médico teria de passar nova receita para outro medicamento.
Para completar a manhã deste dia chuvoso, o guarda-chuva partiu. Não havia boas notícias, mesmo.
Restava uma última opção: a farmácia em Santa Cruz, onde vivemos. A funcionária foi procurar o medicamento e voltou de mãos vazias, e acrescentou, "Para este medicamento, não há genérico exactamente equivalente." Eu comecei a pensar em ligar para o médico, quando o farmacéutico veio do seu escritório com um pacote: um saco com o nome de Abbie escrito nele. Dentro estava uma caixa de tal medicamento esgotado. "É para a senhora. Temos guardado isso para si."
Daí lembrámos que uma vez Abbie foi lá com uma receita para 2 caixas, e só havia uma. Pagámos as duas, e era para voltar na semana seguinte levantar a outra. Mas viajámos logo em seguida e esquecemo-nos. Agora, estávamos a ser presenteados com o medicamento que procurámos, e já estava pago! Quando chegámos em casa, fomos verificar a data do recibo para ver há quanto tempo o medicamento estava reservado para Abbie. Data do recibo: 23/03/10 - 9 meses!
Resta alguma dúvida de que Deus já prepara a provisão das nossas necessidades muito antes de termos consciência delas?
Não temos a mínima idéia daquilo que vamos enfrentar no ano 2011, mas Deus sabe, e para o Seu povo, Ele já tomou as devidas previdências para suprir todas as nossas necessidades.
1 comentário:
Happy 2011!
Olá Pastor Edgar e irmã Abigail, desejo-lhes o Ano de 2011 repleto de bençãos. Que o Senhor continue abençoar ricamente a Igreja Batista Madeira da Madeira,
Vania de Vila São Pedro
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