domingo, julho 23, 2006

Os Cavalos, ou seja, os Cães, também se abatem

Eu e Abbie fomos dar um passeio uma dessas tardes e na volta, perto de casa, encontrámos a nossa vizinha, D. Ester. O tempo foi passado em actualizar as informações sobre as várias pessoas na vila, e aproveitámos para lhe perguntar acerca da sua cunhada, que mora no outro lado do caminho. Uns dias antes, em casa estávamos a comentar que fazia muito tempo que não se via a D. Giselda, e naquele mesmo dia a tinha visto entrar num carro, mas com andadeira. Vi logo que havia algum problema.

Dona Ester nos informou que a sua cunhada fora mordida na barriga da perna por um dos seus cães há quase dois anos, e ainda não ficou boa. Chegou a ser operada, mas não se cicatriza. Não há febre, e ela não tem diabetes; os médicos estão sem saber o que fazer mais. Mas D. Ester logo deu uma solução: matar o cão. É o que diziam os velhos, ela explica. (Ela tem 86 anos!) Quando falei com uma das irmãs na igreja sobre o caso, antes de poder chegar ao fim da história, a irmã perguntou, "Já mataram o cão?"

Nos trinta anos que vivemos na Madeira, julgava ter ouvido todas as superstições e crenças do povo, mas aparentemente, ainda não. Todos conhecem, ou ouviram falar, de alguém que foi mordido por um cão, e nunca recuperou enquanto o cão vivia. Pessoalmente, não vejo uma conexão lógica entre abater o cão e a cura da perna da vizinha, mas até agora, mais nada valeu.

Claro, o mundo tem um problema em compreender a lógica do evangelho---um judeu é crucificado em Jerusalem há quase 2000 anos, e aquela morte faz a diferença no destino eterno de todo o ser humano, mesmo de nós que vivemos hoje. A resposta simples e curta é que a lógica de Deus não é como a nossa; a fé aceita o que não se consegue explicar, mas nem por isso, o evangelho deixa de ser verdadeiro.

Não vejo uma explicação científica pela lógica do povo em relação às mordidas de cão, no entanto, por princípio, eu acho que, de qualquer maneira, eu teria me livrado de qualquer cão que mordera a minha perna. Não sei como a perna iria reagir, mas o resto do meu corpo se sentiria muito melhor e mais descansado sem ter este tipo de cão por perto.

sexta-feira, julho 14, 2006

Contagem decrescente

Faltam duas semanas para o nosso voo para Alemanha. (Dia 27) Embora seja só uma noite enquanto esperamos apanhar o voo para Chicago na outra tarde, é nossa primeira visita à Alemanha. (Se não contar uma visita a uma igreja no Domingo de manhã em 1991, quando visitámos amigos em Salzburgo, Áustria, e atravessámos a fronteira para assistir aos cultos numa igreja evangélica no lado alemão da fronteira.)

Entretanto estamos tentando ver o melhor itinerário para o mês que estaremos nos EUA, como há duas ou três datas que são "fixas". Uma é a reunião da família de Abbie em Arkansas no primeiro fim de semana de Agosto. Outra data é 17 de Agosto, quando a minha mãe faz 90 anos. A festa em si será no Sábado, dia 19, pois, mesmo com 90 anos de tempo para preparar a data, a Mãe não conseguiu fazer os anos no Sábado, quando dava mais jeito para a festa. A minha tia, Easter, que vive em Houston, Texas, é a última das irmãs da minha mãe, e vai estar lá. Ela só tem 93 anos, e adora festas; tanto assim, que alguém terá que levá-la até Colorado (perto de 2000 km) para ela não perder a festa.

Entre as nossas preparativas foi a instalação de um sistema de rega para o jardim, que acabei hoje. Se funcionar da maneira que eu quero, vai regar automaticamente as plantas durante a nossa ausência. Um bom teste será se rega as plantas automaticamente durante as duas semanas que ainda faltam para a nossa saída. Tenho certeza que haverá muitas outras coisas a fazer antes de sairmos, em vez de regar flores.

terça-feira, julho 04, 2006

Mera Coincidência?

Ao longo dos anos, a assistência nos cultos em língua inglesa foi sempre algo incógnito. Cada Domingo, nunca sabíamos quem viria, ou quantos viriam, nem de onde. Nos últimos anos, com o aparecimento de time-share, começamos a ver os mesmos irmãos mais ou menos na mesma altura do ano, todos os anos, ou de dois em dois anos. Mas durante os primeiros 20 anos, não houve residentes de fala inglesa que frequentavam aos cultos, de maneira que a assistência era totalmente dependente dos turistas. Já recebemos visitas de todos os países da Europa, e de muitos países fora da Europa, mas a maioria, claro, vem do Reino Unido. Raramente, houve Domingo em que ninguém apareceu.

Há uns sete ou oito anos atrás, isto mudou. Começou a haver um núcleo de residentes de fala inglesa que assistiam regularmente. No auge, estes atingiram um total superior a 30 pessoas; actualmente, são umas 10 pessoas. Mas sabemos que sempre haverá alguém a assistir ao culto.

Outra cena:


O jogo do Mundial de Futebol no último Sábado ...Portugal vs. Inglaterra. Depois de acabar o tempo extra num empate, foi decidido por penâltis...e Portugal venceu Inglaterra, para entrar nos quartos-de-final, a jogar contra a França, na 4ª-feira.


Cena 1 de novo:

Culto de língua inglesa no último Domingo---
Com um total de 15 pessoas em assistência, eu e Abbie sentimo-nos fora de lugar. Éramos os únicos presentes que nunca viveram na África do Sul. Nenhum turista estava presente...nenhum Inglês. Com certeza, os turistas ingleses não estavam a esconder-se depois da derrota da tarde anterior...provavelmente não passou de uma mera coincidência.