Com certeza, não sabia que este ano o dia de S. Patrick foi o 14 de Maio, em vez de 17 de Março. Para nós, nesta volta pela Irlanda, hoje foi dedicado a S. Patrick, e começámos com uma visita do Centro de S. Patrick em Downpatrick. Há uma apresentação da história dele, que no Sec. V foi raptado na Inglaterra quando adolescente, e levado à Irlanda, onde foi escravo durante 6 anos. Esta experiência o levou a procurar Deus, e quando ele escapou e voltou à Inglaterra, ele entrou no ministério. Sentiu a chamada de Deus para voltar à terra do seu cativeiro para anunciar o evangelho na ilha de Irlanda, que naquela altura era pagã. Embora hoje ele seja associado com a Igreja Católica Romana, convém lembrar que, no tempo em que ele viveu, o bispo de Roma ainda não tinha assumido o título de Papa. A sua mensagem foi muito centrada na Palavra de Deus. Eu saí com uma nova apreciação por aqueles crentes dos séculos passados—independentemente da língua que tivessem falado, ou a cultura em que tivessem vivido, ou o estilo de música com que louvaram a Deus—vi de uma maneira mais clara que eles amaram a Deus e buscavam o Senhor com o mesmo fervor e enfrentaram as mesmas lutas que nós hoje.
Visitámos a Catedral de Downpatrick, que está situada sobre um alto e é visível por muitos kilómetros em volta. Aqui é vista da Abadia de Inch, nome derivado da palavra gaélica que significa “island”, pois foi construída numa ilhota formada pela maré.
A abadia original tem muitos séculos, como esta pedra indica (do ano 1180). Como abadia em Inglês (“abbey”) tem a mesma pronúncia do nome de Abbie, ela queria fazer um trocadilho visual, colocando a sua carteira no buraco ao lado.
O lugar era perfeito para as primeiras fotos “oficiais” do grupo. Cary e Tracy Balzer, os líderes ;
Bob Kitchen e sua neta, Lora Clendenen;
Paul e Jacque Cauwels;
e eu e Abbie. Todos usámos as pedras de maneira vantajosa para posar. (Abbie até aproveitou para temporariamente ganhar uma posição de superioridade vertical.)
Jim e Janet Hobble são o outro casal no grupo, que está reunido nesta foto. E para constar: não fomos nós que destruímos o prédio---já estava assim quando chegámos!
Havia tantas espécies de pássaros a cantar ao mesmo tempo nas árvores em volta…era impossível distinguir exactamente quantas eram. Aí, ao lado de um lago tranquilo, com o sol quente e o silêncio quebrado somente pelo cantar dos pássaros e os risos de crianças a gozar a liberdade de movimento entre as pedras, este era um momento alto do dia.
Mais umas milhas, e chegámos a Saul, um lugar que foi dado a Patrick para uma igreja. Mas isto foi no Sec. V, e claro, embora este seja o sítio, o prédio é muito mais recente. Um aspecto óbvio é a torre alta, e muitas existem em toda a Irlanda, com meia dúzia talvez na Escócia e Inglaterra. Pensa-se que eram lugares de refúgio dos bandos de saqueadores, com portas uns 3m acima do chão. Assim, os refugiados entraram na torre, recolheram a escada, e fecharam a porta. Poderia haver outros usos, mas esta versão não soa mal.
Dentro, uma cruz prateada parece resplandecer na escuridão, com uma representação de Patrick em vitral no fundo. Na verdade, é somente a luz que entra pela porta que é reflectida pelo metal. Faz-me lembrar das palavras de Paulo em Filipenses 2:15-16: “…para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus imaculados no meio de uma geração corrupta e perversa, entre a qual resplandeceis como luminares no mundo, retendo a palavra da vida…” Mas a nossa luz é uma luz reflectida também, luz que vem d’Aquele que é a luz verdadeira, que morreu na cruz. A nossa luz pode não ser grande, mas numa geração perversa, mesmo uma pequena luz, fracamente reflectida, faz uma grande diferença.