Eu estremeci quando ouvi a pergunta da jornalista. Isto foi durante a segunda das quatro entrevistas (duas rádios, dois jornais) que dei ontem sobre a tomada de posse de Barack Obama mais tarde hoje.
Houve muitas outras perguntas durante as entrevistas, claro, e eu procurei ser o mais imparcial possível nas minhas respostas, dado minha posição como agente consular.
"Ele é o salvador?" Esta foi uma pergunta, para a qual minha resposta não podia ser imparcial. Fiz algo que nunca costumo fazer em relação à minha função consular: expliquei que, como é bem sabido pelas pessoas aqui, também sou pastor baptista, e disse que de acordo com a minha compreensão da Bíblia e as minhas convicções pessoais, nunca poderia chamar nenhum homem de "salvador". Oramos pelo novo Presidente; desejamos vê-lo bem sucedido ao lidar com os muitos desafios que estão perante os EUA e o mundo; mas somente há Uma Pessoa que eu posso chamar "Salvador".
Por volta de meio-dia, tenho uma entrevista marcada com a televisão RTP. No dia 5 de Novembro, no dia a seguir as eleições, quando já se sabia que Obama tinha ganho, uma jornalista da TV perguntou a um turista americano a visitar a Madeira, "Acha que Obama é aquele por quem o mundo está à espera?" Estremeci também ao ouvir aquela pergunta.
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