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A cidade do Funchal passa por mais uma série de transformações. Ao longo dos últimos anos, muitas das ruas estreitas do centro foram fechadas ao trânsito e entregues aos peões. Este verão, dois quarteirões da avenida central foram tranformados em passeio pedonal. Com paciência (vou-lhes dar o benefício da dúvida), os trabalhadores sentem-se no chão; uns partem as pedras pretas e brancas em cubos; outros colocam as pedras uma por uma na base de areia nivelada; finalmente, cimento é espalhado por cima da calçada, enchendo os espaços entre as pedras, com o excedente a ser limpo depois. O resultado é a calçada típica de Portugal.
O que começou como montes de areia e pedras, com tempo forma um padrão bem ordenado. Aqui, os desenhos são lineares, mas não há limites sobre as possibilidades. Flores, navios, círculos, formas onduladas, xadrez...há um pouco de tudo. Alguém sabia de antemão como ficaria o padrão no fim, e aquele alguém informou os trabalhadores como colocar as pedras pretas e as pedras brancas para que ficassem naquele padrão. As pedras não são colocadas à toa, mas de acordo com as réguas e os moldes do padrão.
É uma luta manter os negócios da vida em ordem. Tenho um PDA, que me ajuda controlar os compromissos. Mas, 1º: preciso lembrar registar os deveres e compromissos no PDA; 2: tenho de lembrar-me de verificar no PDA se há algum compromisso. Eu costumava trazer um bloco de notas na algibeira para me ajudar lembrar estas coisas, mas, de modo geral, nunca funcionou muito bem. Agora, com o PDA, parece funcionar um pouco melhor, mas ainda tenho de me lembrar de dois passos que são a minha inteira responsabilidade. Já chega!
Logo que regressámos da viagem aos EUA, os pedidos para traduções começaram a chegar um atrás do outro. O caos está começando a ameaçar a minha agenda...tantos trabalhos, tantos prazos de entrega, tantos graus de urgência! Mas, graças a Deus, acima e além de tudo isso, há ordem no universo. Além das condições aparentemente caóticas do temporal actual, há um alvo superior, um destino final certo para esta viagem. Existe Um que sabe como pegar nas pilhas caóticas das pedras pretas e pedras brancas---as experiências da vida (boas e más)---e colocá-las uma por uma num padrão da Sua escolha.
Pode dizer-se uma coisa sobre a maneira dos portugueses construirem as calçadas: é trabalhosa! Imagine o trabalho preciso para calcetar uma área o tamanho dum campo de futebol. Claro, trazer os caminhões betoneiros e deitar uma laje de cimento com centenas de metros de área seria muito mais fácil e rápido. Mas não teria a mesma beleza, pois não? Suponho que Deus muito bem podia deitar uma "laje de cimento" na minha vida e me dispensar das lutas diárias inerentes em carregar a cruz. Mas o resultado não teria a mesma beleza. Às vezes, tenho pressa, mas é melhor deixar Deus formar o padrão divino na minha vida, uma experiência dolorosa/agradável por cada vez, alinhando-as com a Sua régua e de acordo com o Seu molde.
Notícias da Igreja Baptista do Funchal e informações sobre o trabalho do evangelho na Ilha da Madeira
sábado, setembro 16, 2006
quinta-feira, setembro 07, 2006
Não são férias, propriamente dito
Regressámos há uma semana, e o ritmo da vida já volta a ser o que era antes. O tempo, porém, tira-nos qualquer vontade de fazer rapidamente o que for. Estamos com tempo leste, o vento quente que vem do deserto da África 500 km a leste. As temperaturas vão até 33º ou 34º, e de noite, arrefece-se muito pouco. A brisa (quando há) está quente também, e como não há ar condicionado em casa, é muito difícil dormir. A humidade elevada agrava a situação.
A primeira coisa a fazer na manhã de ontem (4ª) foi buscar José Carlos, Marcia e Susana para levá-los ao aeroporto, mas o propósito da viagem não é propriamente fazer férias. Marcia vai ao Porto para fazer os tratamentos de radioterapia que completarão o seu tratamento de Hodgkin's. Ela fez a última sessão de quimioterapia aqui no Funchal em Agosto. O mais provável é que esta vez terá de ficar uns três semanas fazendo tratamentos; José Carlos ficará o mais tempo possível antes de voltar ao trabalho aqui, talvez duas semanas; Susana tem de voltar no dia 16 para matricular-se nos cursos do próximo ano da universidade.
Como disse a última vez que escrevi, Domingo foi um dia de folga para nós. Aurélio pregou de manhã em Inglês, e à tarde em Português. Quanto à música, de manhã, três membros tocaram guitarras, e no culto à tarde, duas jovens tocaram o piano. Não tirei foto delas, mas Sara e Raquel vão tocar muitas mais vezes no futuro, se Deus quiser.
Os pais de Aurélio eram madeirenses, mas ele e o seu irmão, Orlando, nasceram em Kinshasa, Congo. Aurélio vive na Mauritania com sua esposa holandesa, Sitske, e seus dois filhos. Viveram muitos anos em Marrocos, e agora estão na Mauritania. Passaram o verão aqui, portanto ele podia pregar na nossa ausência.
Albert, Sandra e Luisa tocaram nos cultos de manhã.
A primeira coisa a fazer na manhã de ontem (4ª) foi buscar José Carlos, Marcia e Susana para levá-los ao aeroporto, mas o propósito da viagem não é propriamente fazer férias. Marcia vai ao Porto para fazer os tratamentos de radioterapia que completarão o seu tratamento de Hodgkin's. Ela fez a última sessão de quimioterapia aqui no Funchal em Agosto. O mais provável é que esta vez terá de ficar uns três semanas fazendo tratamentos; José Carlos ficará o mais tempo possível antes de voltar ao trabalho aqui, talvez duas semanas; Susana tem de voltar no dia 16 para matricular-se nos cursos do próximo ano da universidade.
Como disse a última vez que escrevi, Domingo foi um dia de folga para nós. Aurélio pregou de manhã em Inglês, e à tarde em Português. Quanto à música, de manhã, três membros tocaram guitarras, e no culto à tarde, duas jovens tocaram o piano. Não tirei foto delas, mas Sara e Raquel vão tocar muitas mais vezes no futuro, se Deus quiser.
Os pais de Aurélio eram madeirenses, mas ele e o seu irmão, Orlando, nasceram em Kinshasa, Congo. Aurélio vive na Mauritania com sua esposa holandesa, Sitske, e seus dois filhos. Viveram muitos anos em Marrocos, e agora estão na Mauritania. Passaram o verão aqui, portanto ele podia pregar na nossa ausência.
Albert, Sandra e Luisa tocaram nos cultos de manhã.
domingo, setembro 03, 2006
Domingo, meu dia de folga
Sempre tive um problema em compreender o conceito de "fim-de-semana" que muita gente tem. Melhor, eu acho que o compreendo, mas nunca estive numa posição para gozá-lo da mesma forma. Domingo tem sido sempre "dia de trabalho", desde a manhã até ao fim do dia, com até quatro lições ou sermões, normalmente em duas línguas, e nos últimos anos, três.
Muitos pastores folgam na Segunda-feira, um tipo de "fim-de-semana" deslocado. Mas durante quase 20 anos, dei aulas de Inglês, e a Segunda-feira foi dia de trabalho. No consulado, também, naturalmente abrimos às Segundas, por isso, a Segunda-feira nunca foi opção como dia de folga. Amanhã, por acaso, é feriado americano, e não trabalho no consulado, mas à tarde, irei à prisão para duas horas de ministério com os reclusos. Ainda não será um dia inteiramente livre de compromissos.
Hoje, porém, é dia de folga. Quando chegámos na Quarta-feira, foi justamente com tempo de assistir ao culto de oração. Como a igreja não tinha a certeza que estaríamos presentes, os membros fizeram tudo. Também fomos informados que nós (incluindo Abbie com a música) teríamos um dia de folga este Domingo. Os vários membros da igreja vão assumir a responsabilidade do trabalho da pregação, do ensino, e da música. É mais uma fase no crescimento da igreja. Para nós, é como o filho que vê que pode nadar, ou andar sozinho de bicicleta, e sabe que os pais se sentirão orgulhosos vendo isso. E estamos. Um dia de folga faz muito bem, creio eu.
Muitos pastores folgam na Segunda-feira, um tipo de "fim-de-semana" deslocado. Mas durante quase 20 anos, dei aulas de Inglês, e a Segunda-feira foi dia de trabalho. No consulado, também, naturalmente abrimos às Segundas, por isso, a Segunda-feira nunca foi opção como dia de folga. Amanhã, por acaso, é feriado americano, e não trabalho no consulado, mas à tarde, irei à prisão para duas horas de ministério com os reclusos. Ainda não será um dia inteiramente livre de compromissos.
Hoje, porém, é dia de folga. Quando chegámos na Quarta-feira, foi justamente com tempo de assistir ao culto de oração. Como a igreja não tinha a certeza que estaríamos presentes, os membros fizeram tudo. Também fomos informados que nós (incluindo Abbie com a música) teríamos um dia de folga este Domingo. Os vários membros da igreja vão assumir a responsabilidade do trabalho da pregação, do ensino, e da música. É mais uma fase no crescimento da igreja. Para nós, é como o filho que vê que pode nadar, ou andar sozinho de bicicleta, e sabe que os pais se sentirão orgulhosos vendo isso. E estamos. Um dia de folga faz muito bem, creio eu.
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