Todas as Segundas-feiras vou à prisão para ministrar a Palavra de Deus a reclusos e reclusas. Hoje, enquanto esperava no parlatório até à chegada dos reclusos, olhei pelas barras de uma das janelas e observei novamente a pintura mural do outro lado do pátio. Algumas secções do muro foram decoradas com desenhos geométricos, mas o artista (ou artistas) nesta secção foi mais imaginativo: pintou um enorme "buraco" no muro, incluindo barras rompidas, e para além, uma "vista" sobre o mar, que estende até ao horizonte longínquo.
Obviamente, é tudo uma ilusão. Bem queriam os reclusos que houvesse um buraco de verdade no muro, através do qual podiam ir livres. Pintaram a cena que imaginaram ser aquela que veriam, se não estivessem cercados por muros altos. Muitas vezes pergunto-me quantos deles (que não são madeirenses)alguma vez viram a Madeira. Todas as deslocações deles (entre a prisão e o aeroporto, ou hospital, ou tribunal) são feitas na carrinha fechada prisional, que não tem vidros. Tanta beleza natural na ilha, e não podem vê-la, senão pelas imagens que possam chegar a ver na televisão.
Muitas pessoas no mundo pensam que estão livres, quando, de facto, somente experimentam a ilusão de liberdade. A verdade é que estão presos pelo pecado, por Satanás, e pelo mundo em sua volta. Satanás pinta muito bem um quadro de liberdade sobre os muros com que nos cercam. Jesus, porém, disse que se o Filho nos libertar, verdadeiramente seremos livres. Ele não pinta o muro; Ele o deita abaixo.
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